O vereador Ezequias Barros (PMB) voltou a defender, na sessão de ontem da Câmara Municipal de Curitiba, o chamado “tratamento precoce”, apesar de não haver comprovação científica da eficácia dos medicamentos. Barros – que é bispo auxiliar da Igreja O Brasil Para Cristo – elogiou os médicos que têm receitado outras drogas, que não somente paracetamol, para quem apresenta sintomas iniciais de infecção pelo novo coronavírus.
“Quero parabenizar esses médicos, que contra a vontade de alguns secretários, estão, sim, fazendo esse atendimento (com o tratamento precoce)”, afirmou. Antes dele, Éder Borges (PSD) também defendeu a prática, culpando “a grande indústria farmacêutica” pela resistência ao protocolo. Em oposição a eles, Professora Josete (PT) pediu respeito à ciência e que vereadores “não reproduzam fake news”.
“Não existe tratamento precoce”, rebateu a vereadora, acrescentando que “todas as publicações sérias falam da ineficácia desses e de outros medicamentos na prevenção à covid-19”. “Nós, que somos autoridades eleitas, temos a obrigação de trazer perspectivas e visões a partir da ciência, e isso se faz pesquisando publicações científicas, não se faz com achismo, por ter ouvido um médico falar, ou que numa cidade do interior foi usada cloroquina ou azitromicina”, disse Josete. A fala da parlamentar foi uma resposta a Barros, que relatou ter ouvido apoio de médicos ao tratamento.