
O técnico Mozart, apresentado na quarta-feira (4) no Coritiba, veio com a missão de fazer o time voltar à primeira divisão nacional. Para isso, ele precisa colocar o time entre os quatro melhores da Série B. Mas, antes, ele precisa desafiar a “máquina de moer treinadores” dentro do Alto da Glória. Nas últimas temporadas, a rotatividade de treinadores foi grande no clube, com 16 trocas em cinco anos (mais de três por ano, em média). Alguns nomes dirigiram a equipe mais de uma vez nesse período.
Nos últimos cinco anos, apenas em um o Coritiba não trocou de treinador. Foi em 2021, quando o comando estava na mão do paraguaio Gustavo Morínigo. Ele iniciou ainda no Brasileirão de 2020 – cuja reta final foi disputada em 2021 por causa da pandemia da Covid-19. E foi mantido mesmo com a eliminação na primeira fase do Campeonato Paranaense. A manutenção deu frutos. O Coritiba subiu para a primeira divisão ao fim do ano e, em 2022, venceu o Estadual. Morínigo, contudo, acabou demitido após a 22ª rodada do Brasileirão de 2022. Deu lugar a Guto Ferreira, que saiu ao fim do ano.
Em três dos últimos cinco anos, o Coritiba demitiu treinadores logo no começo do Brasileirão ou da Série B. Em 2020, Eduardo Barroca levou bilhete azul após três derrotas no Brasileirão, dando lugar a Jorginho. Em 2023, António Oliveira caiu logo na 1ª rodada, após o time ser goleado pelo Flamengo por 3 a 0. Em 2024, Guto Ferreira durou três rodadas na Série B. Curiosamente, nesses últimos dois anos o time também havia sido eliminado precocemente no Estadual e teve três semanas para treinar antes das estreias nas competições nacionais.
Em 2020, o Coritiba teve seis técnicos (incluindo interinos, com o próprio Mozart na época) e acabou rebaixado para a Série B. Em 2023, foram cinco comandantes, e o time também foi rebaixado. Em 2024, cinco nomes ao todo dirigiram a equipe, que terminou a Série B em 12º lugar, bem longe da zona de acesso à primeira divisão.
A instabilidade vivida no Coritiba contrasta com o que Mozart viveu no Mirassol (SP), time que ele levou a obter o acesso à elite. “Estive dois anos no Mirassol com projeto contínuo”, afirmou ele, que minimizou a pressão por resultados e mostrou confiança em seu taco. “Não é apenas o Coritiba que troca de técnicos, e sim o Brasil”, disse Mozart. “A imprensa também tem influência nessa cultura. Faz parte. É uma realidade do futebol brasileiro, mas eu aceitei o desafio por acreditar no meu trabalho”.
Mozart indicou que pretende usar o Campeonato Paranaense como laboratório para formar um time competitivo com vistas à Série B. “Entendo o peso do Estadual, mas precisamos jogar bem, competir e criar uma identidade. Ter desempenho para obter resultado”, afirmou. “O nosso calendário é difícil. Vamos decidir quando estrear e o momento. O Brasil é o único país com 12 dias de pré-temporada”.
O treinador ainda pediu um pouco de paciência. “Não vou conseguir nos primeiros meses que a equipe tenha o mesmo desempenho, mas o mais rápido possível vou fazer com o que o time tenha uma identidade e seja competitivo”, disse. “Estipular um prazo é difícil, mas iremos evoluir. Um time que crie e não sofra com o adversário, que tenha equilíbrio”.
Todos os treinadores do Coritiba nos últimos cinco anos
Os técnicos em 2020
Eduardo Barroca | |
Jogos | 21 |
Vitórias | 11 |
Empates | 3 |
Derrotas | 7 |
Aproveitamento | 57% |
Jorginho | |
Jogos | 13 |
Vitórias | 3 |
Empates | 4 |
Derrotas | 6 |
Aproveitamento | 33% |
Mozart | |
Jogos | 2 |
Vitórias | 1 |
Empates | 0 |
Derrotas | 1 |
Aproveitamento | 50% |
Rodrigo Santana | |
Jogos | 6 |
Vitórias | 0 |
Empates | 2 |
Derrotas | 4 |
Aproveitamento | 11% |
Pachequinho | |
Jogos | 3 |
Vitórias | 1 |
Empates | 1 |
Derrotas | 1 |
Aproveitamento | 44% |
Júlio Sérgio | |
Jogos | 2 |
Vitórias | 0 |
Empates | 1 |
Derrotas | 1 |
Aproveitamento | 16% |
Gustavo Morínigo | |
Jogos | 9 |
Vitórias | 2 |
Empates | 3 |
Derrotas | 4 |
Aproveitamento | 33% |
Os técnicos em 2021
Gustavo Morínigo | |
Jogos | 53 |
Vitórias | 24 |
Empates | 12 |
Derrotas | 17 |
Aproveitamento | 53% |
Os técnicos em 2022
Gustavo Morínigo | |
Jogos | 43 |
Vitórias | 19 |
Empates | 9 |
Derrotas | 15 |
Aproveitamento | 51% |
Guto Ferreira | |
Jogos | 16 |
Vitórias | 6 |
Empates | 2 |
Derrotas | 8 |
Aproveitamento | 42% |
Os técnicos em 2023
António Oliveira | |
Jogos | 17 |
Vitórias | 7 |
Empates | 7 |
Derrotas | 3 |
Aproveitamento | 54% |
Antonio Carlos Zago | |
Jogos | 11 |
Vitórias | 0 |
Empates | 4 |
Derrotas | 7 |
Aproveitamento | 12% |
Thiago Kosloski | |
Jogos | 27 |
Vitórias | 8 |
Empate | 1 |
Derrotas | 14 |
Aproveitamento | 31% |
Guilherme Bossle | |
Jogos | 1 |
Vitórias | 0 |
Empates | 1 |
Derrotas | 0 |
Aproveitamento | 33% |
Guto Ferreira | |
Jogos | 2 |
Vitórias | 0 |
Empates | 0 |
Derrotas | 2 |
Aproveitamento | 0% |
Os técnicos em 2024
Guto Ferreira | |
Jogos | 19 |
Vitórias | 9 |
Empates | 5 |
Derrotas | 5 |
Aproveitamento | 56% |
James Freitas | |
Jogos | 6 |
Vitórias | 4 |
Empates | 0 |
Derrotas | 2 |
Aproveitamento | 50% |
Fábio Matias | |
Jogos | 8 |
Vitórias | 1 |
Empates | 3 |
Derrotas | 4 |
Aproveitamento | 25% |
Guilherme Bossle | |
Jogos | 3 |
Vitórias | 1 |
Empates | 0 |
Derrotas | 2 |
Aproveitamento | 33% |
Jorginho | |
Jogos | 18 |
Vitórias | 8 |
Empates | 3 |
Derrotas | 7 |
Aproveitamento | 50% |