
Um fisioterapeuta, de 38 anos, foi preso em flagrante por falsificação de medicamentos, armazenamento e venda de produtos impróprios para consumo, além de exercício ilegal da medicina. A prisão aconteceu nesta segunda-feira (7), no Centro de Curitiba, mas foi divulgada apenas nesta quarta, 9.
Leia mais:
A ação foi realizada com o apoio de fiscais da Vigilância Sanitária da Capital no estabelecimento que era utilizado como consultório de fisioterapia pélvica.
No local, foram encontradas diversas irregularidades, como o transporte de materiais médicos descartáveis (seringas e agulhas) em mochila, armazenamento de botox sem refrigeração e sem nota fiscal, lixo hospitalar descartado em lixo comum, além da presença de produtos sem registro da Anvisa, como cânulas, ácido hialurônico e anestésicos.
Falso médico tinha materiais vencidos no consultório
Conforme a delegada da PCPR Aline Manzatto, também foram localizados materiais vencidos, frascos sem identificação e hialuronidase manipulada para preenchimento intradérmico, que é proibido para esse fim. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária após fiscalização.
A investigação começou quando um paciente do fisioterapeuta registrou uma ocorrência na unidade da PCPR, relatando a necrose no pênis após realizar um procedimento de harmonização com o profissional. “Em função disso, ele achou que provavelmente o produto aplicado podia ser diferente do que ele tinha falado, ou seja, que não seria ácido hialurônico e sim o PMMA”, explicou a delegada.
A delegada relatou que o paciente teria vindo de Goiás para fazer o procedimento em Curitiba. Conforme relato da delegada, o falso médico cobrava entre R$ 4 mil e R$ 4,5 mil, quando o valor de mercado para este tipo de procedimento é em torno de R$ 30 mil.
“O suspeito, que possui mais de 10 mil seguidores nas redes sociais e outros 2 mil em um aplicativo de mensagens, mostrava em suas plataformas diversas cirurgias íntimas realizadas por ele. Além de atender em Curitiba, atuava em Balneário Camboriú, São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas”, explica.
Produtos falsos
A delegada da PCPR Aline Manzatto, afirmou que no local encontraram outros produtos, mas não se tratava de PMMA, mas sim de vários produtos que ele aplicava. Foram encontrados ácido hialurônico, anestésico, até Botox além das cânulas que ele usava, todos sem registro da Anvisa e armazenados de forma incorreta. “Por exemplo, o Botox não estava refrigerado, o que torna o produto impróprio para consumo”, disse.
O falso médico disse trazer os produtos de São Paulo, mas não citou de que local, o que indica que os produtos podem ser falsificados. Mas além disso, essa forma de conservação desses produtos faz com que, com certeza, isso vai ter uma consequência ruim para o paciente, como aconteceu no caso desse paciente.
O homem devei responder pelos crimes de falsificação de medicação, com penas de 10 a 15 anos, pelo crime de produto impróprio para consumo, pena de dois a cinco anos e o exercício ilegal da medicina, que a pena chega a dois anos. O homem foi autuado em flagrante e encaminhado ao sistema penitenciário. Somadas as penas pelos crimes cometidos, ele poderá cumprir até 22 anos de prisão.