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Cuidados com as dívidas (Marcello Casal Jr/ABr)

Os planos de saúde ficaram significativamente mais caros em 2025, pressionados por uma inflação médica que cresceu muito acima da inflação oficial do país. Enquanto o IPCA acumulado no último ano foi de 4,5%, a inflação médica hospitalar atingiu 16,9%, segundo a Associação Brasileira de Planos de Saúde. O aumento tem preocupado empresas e consumidores, especialmente durante a renovação de contratos, e reflete fatores como a demanda reprimida por atendimentos e o uso de tecnologias médicas mais caras.

“A conta não fecha. O que as operadoras estão repassando agora é o resultado de um sistema que ficou mais caro para todos: exames mais sofisticados, tratamentos personalizados e um uso mais frequente do plano, inclusive de forma preventiva”, explica Leandro Giroldo, CEO da corretora Lemmo.

Além disso, a judicialização da saúde também contribui para esse aumento. Decisões judiciais que obrigam o custeio de procedimentos fora do rol da ANS acabam sendo repassadas para todos os beneficiários, elevando o custo do sistema como um todo.

Impactos nas empresas e nas famílias

Para o setor corporativo, o impacto é ainda maior. “Muitas empresas que oferecem planos como benefício enfrentam dificuldades para manter os contratos sem repassar esse custo aos colaboradores ou buscar planos mais enxutos. É um dilema entre manter a atratividade do pacote de benefícios e equilibrar as contas”, comenta Giroldo.

Já para os consumidores individuais e familiares, o reajuste pesa diretamente no orçamento mensal, em especial para idosos e pessoas com doenças crônicas, que não podem simplesmente abrir mão do plano.

E agora? O que pode ser feito

A recomendação dos especialistas é buscar uma gestão mais estratégica do plano de saúde. “Negociar reajustes, revisar coberturas e estimular o uso consciente do plano são ações que podem ajudar empresas e famílias a manterem a assistência sem comprometer o orçamento”, reforça Giroldo.

Além disso, cresce o interesse por soluções alternativas como coparticipação, programas de prevenção e até o uso de dados para prever e controlar o uso do plano de forma mais eficiente.