Geraldo Bubniak

O técnico Claudinei Oliveira colocou seu cargo à disposição do presidente do Paraná Clube, Leonardo de Oliveira. Após mais uma derrota no Campeonato Brasileiro (contra o Bahia, por 2 a 0) e o clube alcançar a maior sequência de jogos sem vitória na história da competição (15 partidas), o treinador destacou que talvez seja a hora de o clube começar a se planejar para 2019. Com apenas 17 pontos e isolado na lanterna, a equipe está virtualmente rebaixada.

Se chegar um momento que não acho que não tenho mais o que agregar, aí vou sair. Vou conversar com o presidente e decidir. Mas eu tenho muito carinho pelo Paraná. Se for melhor sair agora, ficar pra o ano que vem, aí vamos ver o que é melhor para os dois, porque a gente tem de olhar para a frente”, disse o treinador em entrevista coletiva.

Esta, inclusive, foi a primeira vez que Claudinei falou abertamente sobre a possibilidade de deixar o clube.Eu me coloco no lugar do presidente. As coisas não estão acontecendo. Está tendo trabalho, está sendo bem feito o trabalho do dia a dia. Mas as coisas não estão acontecendo e o Paraná tem de pensar a médio prazo. Tem convicção no Claudinei? Mantém o Claudinei (para 2019) e começamos a planejar o próximo ano. Se não tem convicção, as vezes é melhor cada um tomar seu rumo”, explicou o técnico.

Interpelado se teria alguma reunião nesta semana para discutir o assunto, Claudinei negou e destacou que não quer pressionar o presidente paranista e também ressaltou que não está exigindo a garantia de que permanecerá em 2019, “até porque (com) os resultados não dá para cobrar nada”. Segundo ele, as declarações foram somente uma forma de avisar ao torcedor que ele não está no clube para atrapalhar ou tentar levar algum tipo de vantagm. “Estou mostrando para os torcedores que não estou encostado”.

Técnico elogia a equipe, mas praticamente joga a toalha

Sobre a partida contra o Bahia, o treinador paranista apontou que a equipe teve boas chances para abrir o placar, mas faltou qualidade no último passe e também na finalização. Ele ainda reclamou da “falta de malandragem” do time no lance do primeiro gol, em cobrança de falta primorosa de Vinicius.

“A gente tem de ser mais malandro. Adianta um pouco a barreira, dá uns passos para frente para dificultar para o cobrador. Uma malandragem no bom sentido, cobrar do árbitro a distância da barreira, que ele deixou meio distante ali. Infelizmente amargamos mais uma derrota”, lamentou.

Questionado se ainda acredita que a equipe possa lutar contra o rebaixamento, Claudinei praticamente jogou a toalha, mas destacou que a equipe tem um compromisso moral a ser cumprido até o fim do campeonato.

“É muito difícil (escapar do rebaixamento). Nossa equipe fez só 12 gols na competição. O Flamengo, com o Dorival, fez dois jogos e marcou seis gols. A gente cria as vezes (oportunidades de gol), mas não consegue marcar, até pela sequência, a carga emocional negativa. De toda forma, temos um compromisso moral de lutar até o fim. Sempre honrar a camisa.”