
A Polícia Civil indiciou nesta quarta (11) o policial federal Ronaldo Massuia Silva, 43 anos, por homicídio triplamente qualificado e quatro tentativas de assassinato. Massuia é suspeito de atirar no dia 1 de maio contra quatro pessoas que estavam em uma loja de conveniência de um posto de combustíveis no bairro Cristo Rei, em Curitiba. Uma das vítimas, o fotógrafo André Muniz Fritoli, 32 anos, morreu.
Segundo o inquérito da polícia, o agente federal responderá por homicídio qualificado por motivo torpe, motivo fútil e recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima; quatro tentativas de homicídios; ameaça, além de disparo de arma de fogo. Além da vítima fatal, outras três pessoas foram baleadas e o suspeito atirou contra uma quarta pessoa, mas não acertou. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MPPR) e também à Corregedoria-Geral da Policia Federal (PF), porque o agente federal usou arma e carro da corporação. Durante a investigação, foram ouvidas 16 testemunhas.
Segundo investigação da polícia, o agente federal chegou ao posto, em um carro descaracterizado da Polícia Federal, onde se desentendeu com um grupo de pessoas, incluindo o segurança do estabelecimento, por conta de uma vaga de estacionamento. Em seguida, ele sacou a arma e atirou. Boletim de ocorrência da Polícia Militar ainda indica que Massuia estava com sinais de embriaguez e que ele atirou pelo menos dez vezes dentro e fora da loja de conveniência. Duas das vítimas baleadas pelo policial federal Ronaldo Massuia Silva já receberam alta do hospital: Matheus Coelho e Priscila Dal Negro. Eduardo Pribbnow, namorado de Priscila e também motorista de aplicativo, ainda permanece internado no Hospital do Trabalhador. Ele foi ferido no olho, mas está estável.
Nota da defesa do policial federal
“O indiciamento do policial federal Ronaldo Massuia é um entendimento da autoridade policial e o primeiro passo do processo criminal. A defesa já solicitou diligências, além da reprodução simulada dos fatos, que vai esclarecer pontos sobre o trágico fato que pode alterar o relatório final do inquérito policial”.
Nota dos advogados da família de André
“O inquérito policial foi concluído e contém todas as provas de materialidade e de autoria – que é confessada pelo Indiciado – e traz um importante material que demonstra que a conduta do policial federal é cruel e injustificada, tendo vitimado inúmeras pessoas. Com o encerramento das investigações, a família de André Muniz Fritoli aguarda o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público para que, com o devido processo, haja punição a altura e se alcance justiça”