O último final de semana, para alegria dos curitibanos, foi de calor em pleno inverno na Capital. Tempo propício para assistir à final da Copa do Mundo fazendo um churrasco, tomar uma cerveja ou mesmo sair passear com a família pelos parques e praças da cidade. Mas esse tipo de clima também é propício para o acúmulo de poluição próximo à superfície, principalmente em grandes centros urbanos.
É que desde a última quarta-feira temos um ar muito seco e que vem em um constante aquecimento. “Sobre o Paraná há o que chamamos de um sistema de alta pressão, com deslocamento vertical do ar descendente. Esse ar mais denso dificulta a dispersão dos poluentes que se encontram próximo a superfície”, informou a meteorologista Ana Beatriz Porto da Silva, em nota publicada no site do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).
De acordo com Reinaldo Kneib, também meteorologista do Simepar, essa maior concentração de poluentes fica evidente no final do dia, próximo do horário do pôr do sol, quando uma faixa vermelha “decora” o céu curitibano. 
“A presença dessa faixa poderia ser por conta dos raios solares, mas não é o caso agora. É a poluição que está na atmosfera”, aponta Kneib. “Como o ar está de cima para baixo, ele mantém os poluentes presos bem próximos da superfície e para que haja uma mudança teria de chover, ter vento forte para afastar os poluentes da baixa atmosfera.”, complementa.
Em Curitiba, não chove de forma significativa desde o dia 27 de junho. Assim, a concentração de poluentes tem piorado dia a dia.  
A boa notícia, porém, é que a situação deve melhorar em breve. A partir de quinta-feira já deve ventar mais fortemente na cidade, o que deve ajudar a melhorar a condição atmosférica. Entre domingo e segunda-feira, a previsão é de chuva mais intensa. “Aí já começa a melhorar, a bagunçar essa massa de ar e o vento então empurrar esses poluente da baixa atmosfera”.

Incêndios ambientais são outro perigo nesta época do ano
Outra preocupação decorrente do clima seco é a ocorrência de incêndios ambientais. De acordo com o Corpo de Bombeiros, embora ocorrências desse tipo sejam registradas durante todo o ano, é justamente no período de inverno que elas se intensificam por conta da baixa umidade do ar.
Segundo o Sistema Digital de Dados Operacionais do Corpo de Bombeiros (SYSBM-CCB), até ontem o Paraná havia registrado um total de 3.113 incêndios ambientais, com a média de 16 registros por dia. Historicamente, esse tipo de ocorrência costuma se concentrar no final do inverno e início da primavera, entre os meses de setembro e outubro, por apresentar as médias mais baixas de precipitação e umidade relativa do ar, além de ser a época da limpeza e preparo dos solos para plantio agrícola. 
Ontem, um grande incêndio ambietal se formou na área rural de Piraquara. O fogo atingiu a vegetação rasteira, masi ressequida por causa dos dias seguidos sem chuva.

Semana de baixa umidade relativa do ar no Paraná
O clima mais quente e seco nestas últimas semanas, especialmente no interior do Estado, tem deixado a umidade relativa do ar em níveis biaxos. Ontem, as regiões Noroeste, Norte e parte do oeste atingiram níveis de 30% ou menos de umidade, o que representa o estado de atenção. Níveis abaixo dos 20% até 12% estão no estado de alerta. Já abaixo dos 12%, entra-se no estado de emergência. Este nível de umidade é semelhante de regiões desérticas, como o Saara,no Norte da África.
Na Capital, a umidade do ar ainda não alcançou níveis de atenção. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o nível aceitável para o bem-estar humano situa-se entre 60% e 40%. Abaixo ou acima desses níveis a sensação é de desconforto para o organismo.
Quanto mais baixa a umidade do ar, mas cuidados devem ser tomados. Veja abaixo algumas dicas de como enfrentar o tempo seco.

Como proceder com baixa umidade do ar
Ingerir água é esencial, assim como sucos de frutas
Sempre que possível, fique abrigado do sol direto
Comidas leves também devem ser opção
Em casa, é possível umidificar o ar com uma bacia de água
Evite aglomerações em ambientes fechados nos horários mais secos
Evite atividades físicas nos horários mais quentes
Se a umidade cair para menos de 12%, interrompa todas as atividades ao ar livre