Nesta terça, dia 19 de junho, comemora-se o Dia do Cinema Brasileiro. Para muitos, a cinematografia do Brasil não passa de três pilares: filmes de sacanagem, violentos ou comédias pastelão. Mas, se você se interessa pelo cinema não apenas como entretenimento, mas como uma arte capaz de representar muito bem a história do país, a lista a seguir é pra você. Porque não é apenas do futebol e do carnaval que vive o nosso país.
Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963)
Baseado no clássico livro de Graciliano Ramos, é um dos retratos audiovisuais mais tocantes e cruéis sobre a seca do Nordeste. A cena da morte da cachorra Baleia é um dos momentos mais tristes da história do cinema mundial.
Cabra Marcado para Morrer (Eduardo Coutinho, 1984)
Detentor de cinco prêmios internacionais, é o melhor documentário brasileiro já feito. Sem mais.
Terra em Transe (Glauber Rocha, 1967)
Poucas vezes viu-se um filme que mesclou arte e política de forma tão intensa quanto este.
São Paulo, Sociedade Anônima (Luís Sérgio Person, 1965)
Ambição e solidão, em meio à neurose de uma grande metrópole. Poderia ser 2018, mas era 1965. E os problemas que enfrentamos no dia-a-dia já se mostravam cruéis naquela época.
Cidade de Deus (Fernando Meirelles, 2002)
O melhor filme desde a retomada, em 1995, e a obra mais pop do nosso cinema. Indicado a 4 Oscars (direção, roteiro adaptado, edição e fotografia).
O Pagador de Promessas (Anselmo Duarte, 1962)
Primeiro filme brasileiro a ser indicado ao Oscar, e vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em 1962. É também uma das críticas mais fortes contra a intolerância religiosa e toda a sua hipocrisia.
Central do Brasil (Walter Salles, 1998)
Retrato poético sobre solidão e amizade, rendeu a primeira indicação ao Oscar para uma atriz brasileira (ninguém menos que Fernanda Montenegro), além de ter sido indicado a Melhor Filme Estrangeiro. A derrota na premiação revoltou os brasileiros, mas não importa: a vitória do filme foi conquistada através do coração do público.
O Som ao Redor (Kleber Mendonça Filho, 2013)
Crônica sobre a individualidade que tomou conta do Brasil (e do mundo) na última década. Não perca tempo: assista.
Bye Bye Brasil (Cacá Diegues, 1979)
O papel da arte como elemento fundamental para o conhecimento da própria história. Cacá Diegues realizou, aqui, o filme brasileiro mais poético.
O Invasor (Beto Brant, 2002)
Porque o Brasil sabe fazer suspense, sim senhor. E Paulo Miklos se mostrou um grande ator.
Os Saltimbancos Trapalhões (J.B. Tanko, 1981)
Melhor filme da trupe, e melhor exemplar de nostalgia por um tempo que não volta mais.
Que Horas Ela Volta? (Anna Muylaert, 2015)
Lançado em meio à crise econômica, social e moral que assolou o país em 2015, é o melhor retrato das deficiências e problemas que envolvem as relações humanas brasileiras, desde muito tempo.