Os dados mais recentes do Infogripe, divulgado nesta quarta-feira (27 de maio) pela Fundação Oswaldo Cruz, mostram que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) apresentam uma retomada da tendência de crescimento no Paraná. Segundo os pesquisadores, essa propensão aliada ao alto porcentual de deteceção de Covid-19 entre os casos com teste laboratorial positivo sugere a necessidade de manutenção das recomendações de distanciamento social para evitar que a demanda hospitalar cresça ao ponto de o sistema de saúde entrar em colapso diante de sua incapacidade de atender a todos que buscam atendimento.

Desde o começo do ano, os casos de SRAG estão 333,9% acima da média histórica. Conforme os dados do Infogripe, entre os anos de 2010 e 2019 a média foi de 1.096 internações por síndrome respiratória nas 21 primeiras semanas do ano. Em 2020, entretanto, já foram 4.757 notificações.

Entre as semanas 12 e 13 o estado havia registrado um crescimento vertiginoso, com 415 e 448 casos, respectivamente, bem acima do verificado na semana 11, por exemplo, com 187. Nas semanas seguintes, porém, os número ficaram abaixo de 400 casos por semana, tendência que se manteve até a semana 20.

Acontece, então, que entre os dias 17 e 23 de maio houveram 434 novos registros de SRAG no sistema. Para a semana em que estamos, os pesquisadores estimam aproximadamente 564 novos casos.

Coordenador do Infrogripe, Marcelo Gomes explica que essa tendência de alta nos casos de SRAG pode afetar a taxa de crescimento dos casos notificados de Covid-19 nas próximas semanas, já que “as notificações dependem de hospitalização, a depender dos fluxos adotados para notificação de casos em fila de espera em cada estado ou município”.

Ele ainda observa que enquanto as demais regiões do país apontam tendência de estabilização no número de novos casos semanais, as regiões Centro-Oeste e Sul mantiveram tendência de crescimento acelerado.