BEATRIZ FIALHO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A passarela com modelos de 1,80 m e 50 kg nunca foi representativa para a maioria das mulheres brasileiras. Pensando nisso, a blogueira Renata Poskus, 35, organiza, pelo 16º ano consecutivo, a Fashion Weekend Plus Size, que acontece no próximo domingo (27).
Diferente da São Paulo Fashion Week, que também começa neste domingo (27), um evento de moda voltado para a alta costura, a Fashion Weekend Plus Size traz para a passarela grifes nacionais plus size de moda íntima, street, masculina e feminina, um mercado que deve crescer 8,2% este ano.
“Se você tem um estilo, tem que fazer valer e não ter vergonha de assumir. Eu tenho o direito de assumir qualquer estilo, ser a gordinha piriguete, funkeira ou roqueira. Hoje o gordo tem direito a ter uma identidade”, diz Renata, idealizadora do evento.
Renata, que também é autora do blog “Mulherão”, conta que suas leitoras sempre pediam por referências de marcas que trabalhassem com manequins maiores. Assim, a empreendedora decidiu unir o útil ao agradável e fazer uma ponte entre marcas, lojistas e consumidores.”As pessoas querem se sentir representadas”, diz ela.
A IDEIA
“Eu esperava ter um corpo magro para ser feliz. Meus primeiros 27 anos foram voltados para isso. Depois aconteceu aquele ‘clique’, e eu decidi que ia tentar ser feliz como eu sou”, conta a empresária.
O “clique” que Renata se refere é o “Dia de Modelo Plus Size”, organizado em 2009 por ela e suas seguidoras, com sessões de foto para exaltar a beleza das mulheres. Depois de um relacionamento problemático, a blogueira queria provar para si mesma que era linda -independente de qualquer aspecto físico.
No ano seguinte, devido a tantos pedidos de referência de moda, Renata teve a ideia de organizar a feira Plus Size, no final de semana que acontecia a São Paulo Fashion Week. Em 2017, na 16ª edição da feira, serão 12 marcas na passarela e 14 no salão de negócios.
Além dos desfiles, o evento também terá palestras, talks e debates a respeito de moda e saúde. “As pessoas se preocupam com a saúde física do gordo, não com a saúde psicológica. A roupa impacta, sim, na saúde; mas é na saúde emocional.”
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