Curitiba tem 137 imóveis irregulares de acordo com os dados da Secretaria de Urbanismo da Capital. Estas obras estão distribuídas por toda a cidade, do Abranches ao Umbará, passando pelo Centro Cívico, Uberaba e Cidade Industrial de Curitiba (CIC), entre outros. Marcelo Bremer, diretor de fiscalização da secretaria esclarece que estes números são relativos às denúncias feitas à Prefeitura apenas neste ano. A fiscalização é feita de acordo com a demanda de solicitações e denúncias que nos chegam, disse.
Bremer alerta que para evitar acidentes como o desabamento do prédio em construção em São Paulo na última terça-feira — que resultou na morte de 10 operários — é importante que todas as licenças exigidas estejam em ordem antes mesmo de começar uma construção.
O coordenador técnico da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis de Curitiba (Cosedi), Marcelo Solera, alerta para a necessidade de quem compra verificar a construtora que fez o imóvel. Quem for promover reformas em prédios antigos deve tomar ainda mais cuidado, contratando um profissional habilitado para executar a obra e recolher todas as taxas a Prefeitura, conta.
Solera esclarece que a Cosedi atua apenas nas verificações de vistorias em relação à segurança do imóvel, quando existem problemas que não possam gerar laudo. Como exemplo, cita o caso mais recente envolvendo uma obra no bairro Boa Vista. Sem citar nomes, ele conta que um prédio vizinho a obra em construção precisou ser evacuado.
O problema começou a aparecer quando os operários iniciaram a fase de escavação para por os pilares de fundação da obra. Foi preciso recuperar a estrutura, fazendo um reforço ao lado do prédio de seis pavimentos, para fazer a estabilização, conta.
Segundo Solera, em matéria da agência municipal de notícias em julho, em Curitiba em torno de 30% a 40% das notificações da Cosedi são cumpridas no prazo. “Infelizmente, a maioria atende as notificações fora do prazo, ou não as cumpre, mesmo sendo multadas mais de uma vez. Muitos não têm consciência ou ignoram os riscos que estão correndo, afirma.
Mesmo após a notificação e interdição do imóvel, muitos permanecem no local. Sempre explicamos o problema existente, a razão da notificação e da interdição. Recomendamos a saída do imóvel quando necessário, em função dos riscos, enquanto não é resolvida a situação, confirma.