RAFAEL REIS, ENVIADO ESPECIAL RIO DE JANEIRO, RJ – O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, rebateu nesta quinta-feira (10) as críticas feitas pela Match à atuação da polícia brasileira na “operação Jules Rimet” e classificou como legal toda a operação que tenta desmanchar uma quadrilha internacional de venda de ingressos da Copa do Mundo no mercado paralelo. “O Brasil é um país institucionalmente organizado, maduro, com suas atribuições distribuídas entre as esferas. Não foi apresentado nenhum fato de que a polícia agiu à margem ou acima da lei. Não sei por que razão a empresa atribui à polícia qualquer falha de legitimidade”, disse.
Em nota oficial emitida na quarta, a Match, parceira comercial da Fifa e dona da exclusividade da venda de pacotes de hospitalidade do Mundial, afirmou que a prisão do seu diretor-executivo Ray Whelan, 64, e o vazamento à imprensa de conversas entre o empresário e o franco-argelino Lamine Fofana, principal cambista do suposto esquema, foram “arbitrários e ilegais”.
O diretor da empresa suíça foi indicado na quarta sob suspeita de associação criminosa e facilitação de cambismo. A Polícia Civil do Rio diz que o grupo liderado por Whelan desviava ingressos dos pacotes de hospitalidade e de federações nacionais de futebol, como a CBF, além de entradas individuais ou adquiridas de operários dos estádios do Mundial.
A Match, firma dirigida pelos mexicanos Jaime e Enrique Byrom, cunhados de Whelan, tem exclusividade na venda de pacotes VIP da Copa, do Mundial feminino e da Copa das Confederações. A empresa fica em Zurique, cidade-base da Fifa, e seus donos são presença frequente na sede da entidade. FIFA Assim como tem feito em quase todos os dias desde a eclosão do escândalo, na semana passada, a Fifa evitou ataques à Match e a Whelan e se posicionou brevemente sobre o caso nesta quinta.
“Precisamos ter todos os elementos disponíveis. Há uma expectativa de que em cinco dias o promotor conclua o caso e faça a denúncia”, disse a porta-voz Delia Fischer. Por pressão da entidade, Whelan decidiu ontem entregar de volta à Fifa sua credencial da Copa do Mundo. Agora, o britânico, que era responsável pelo credenciamento de hotéis para a Copa, não tem mais autorização para visitar os espaços oficias do Mundial.