Logo após a notícia de que o atacante Neymar ficaria fora da Copa do Mundo devido à lesão sofrida durante o jogo do Brasil contra a Colômbia, na última sexta-feira (4), o jogador Camilo Zuñiga, que alegou que a agressão contra o brasileiro não foi proposital, passou a sofrer ameaças e a ser alvo de comentários preconceituosos nas redes sociais. Em alguns desses comentários, ele chega a ser ameaçado de morte.
No Twitter, ao digitar Zuñiga aparece automaticamente como termo associado a palavra preto. Os comentários, carregados de preconceito racial, classificam o jogador de preto desgraçado e o comparam a macaco, bandido e assassino.
E não apenas o jogador é agredido. Em uma postagem no Instagram, a Colômbia é chamada de país da cocaína. Em várias fotos da família de Zuñiga, multiplicam-se comentários ofensivos. Na foto em que a filha pequena do atleta aparece ao lado da frase Papi, te amo, escrita na areia, o jogador é chamado de animal. A criança é ameaçada e chamada de puta: Menina vai ser estuprada.
Integrante do Instituto Mídia Étnica, Paulo Rogério critica a postura dos internautas e destaca que a situação evidencia o racismo da sociedade brasileira. A situação de racismo, principalmente no Brasil, onde temos uma falsa ideia de democracia racial, é quebrada no momento em que há uma tensão, como naquele jogo, afirma Rogério, relembrando a partida que terminou com a lesão de Neymar.
Ele destaca, contudo, que esta não foi a única demonstração de racismo vivenciada no Mundial. A Copa do Mundo tem mostrado que esse é um assunto de grande importância porque os casos de racismo são cotidianos, seja esse caso mais recente contra o jogador colombiano, no caso dos espanhóis, que chamaram brasileiros de macacos, e em vários casos de xenofobia, diz o publicitário, que trabalha no acompanhamento da cobertura da mídia em relação à questão racial.
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