Em semifinal 100% brasileira, Márcio e Fábio Luiz desbancaram ontem (19) os atuais campeões olímpicos Ricardo e Emanuel por 2 a 0 (22/20 e 21/18), classificando-se para a final do vôlei de praia dos Jogos Olímpicos de Pequim.


Na decisão, os brasileiros enfrentam a dupla americana Todd Rogers e Phil Dalhausser à meia-noite de quinta (21) para sexta (22), horário de Brasília, na Arena de Chaoyang. Ricardo e Emanuel disputam o bronze contra a dupla Jorge Terceiro e Renato Gomes, brasileiros que competem pela Geórgia e adotaram os nomes Geor e Gia.


O cearense Márcio, que, em 2004, nos Jogos de Atenas, capital da Grécia, ficou em nono, ao lado de Benjamin, destacou a vitória sobre os campeões olímpicos. “Para ganhar de Ricardo e Emanuel, tem que jogar 110%”, explicou. Segundo ele, os norte-americanos Rogers e Dalhausser não esconderam a preferência por enfrentá-los na decisão para escapar dos campeões olímpicos: “Espero que os americanos estejam mesmo subestimando, porque vão ter grande surpresa”.


Fábio Luiz concordou com o companheiro e confirmou que a dupla estará ainda mais forte frente aos rivais dos Estados Unidos. “Nós vamos entrar com tudo em cima deles, com mais força, mais responsabilidade e mais garra”, declarou.


Apesar do desejo pela medalha de ouro, Fábio Luiz prevê um duelo equilibrado contra os norte-americanos. “Será um grande jogo. Temos os dois maiores defensores do mundo, o Márcio e o Todd Rogers, além de dois bloqueadores, o Philip e eu, que venho fazendo um bom trabalho. O objetivo é fazer um grande espetáculo”, salientou.


O paranaense Emanuel aposta que os compatriotas voltarão ao Brasil com medalhas douradas se mantiverem o nível da semifinal: “Se o Márcio e Fábio Luiz conseguirem jogar tão bem quanto jogaram contra nós, possivelmente sairão com o ouro daqui. Agora, nós temos que torcer por eles e limpar a cabeça para pensar no bronze “.


O atleta lamentou a derrota na semifinal, que acabou com o sonho do bicampeonato olímpico. “Nosso jogo não entrou. Eles souberam administrar bem a vantagem, entraram concentrados e erraram poucas bolas. Foi um dia daqueles em que não deu nada certo para nós. Eles merecem ir para a final. A gente não conseguiu fazer os pontos que precisava. E eles bloquearam bastante”, analisou Emanuel.


Apesar da decepção por ficar fora da decisão, Ricardo procurou valorizar a possibilidade de terminar no terceiro lugar. “Bronze é uma medalha, é subir no pódio, é uma conquista. Vamos lutar para estar ali. Mesmo que não seja de ouro, é uma medalha”, reiterou.