Uma das maiores promessas da natação feminina brasileira nos últimos tempos, Joanna Maranhão, de apenas 21 anos, caminha para a disputa da sua segunda edição dos Jogos Olímpicos, em Pequim, e, hoje, se vê muito diferente da atleta que competiu na capital grega Atenas em 2004. “Aquela Joanna era bem mais imatura, mais surpresa e deslumbrada com tudo o que acontecia a sua volta. Esta Joanna não”, explica ela, que naquela ocasião igualou o melhor resultado da natação olímpica feminina do Brasil, ao conquistar o quinto lugar nos 400 m medley. “Eu passei por uma má fase no esporte e na minha vida pessoal. Depois disso, aprendi a valorizar mais cada passo que dou e, hoje, curto bem mais estar nos Jogos Olímpicos”, completa a nadadora, ao sair do seu terceiro treino no Centro Aquático Nacional, conhecido como Cubo d’Água por causa do seu formato.

Ao contrário de outros atletas brasileiros, como César Cielo, que treina e mora nos Estados Unidos, Joanna prefere ficar no seu clube em Recife, onde tudo começou. “Tentei fazer faculdade e fiquei seis meses lá. Nesse tempo, percebi que ficar ao lado da família é melhor para o meu psicológico e compensa o fato de não ter no meu clube a estrutura que teria no exterior”, afirma a nadadora, medalha de bronze no revezamento 4×200 m livre, nos Jogos Pan-americanos Rio 2007.

Joanna garantiu sua vaga em Pequim na última chance que teve. Depois disso, intensificou seus treinamentos. “Desde maio, quando consegui a classificação, estou nadando acima do nível do mar para ganhar uma base aeróbica melhor. Depois, competi em dois circuitos na Europa e fiquei o último mês treinando no meu clube, realizando um trabalho mais específico. Tudo para chegar aqui na minha melhor forma”, explicou a nadadora. Supersticiosa, Joanna sempre sobe na baliza com o pé esquerdo. Em Pequim, ela irá nadar as provas de 200 m borboleta e os 200 m e 400 m medley. E, se subir ao pódio, já sabe qual pé colocará lá primeiro.