O Parque Aquático Júlio Delamare e a pista de atletismo Célio de Barros, que fazem parte do complexo do Maracanã, serão demolidos, assim como o Autódromo de Jacarepaguá O anúncio foi feito ontem pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, durante a apresentação da candidatura do Rio de Janeiro à sede da Olimpíada de 2016, no Museu de Arte Moderna (MAM).
A medida independe da conquista ou não do direito de a cidade receber os Jogos Olímpicos: ela integra o planejamento para a Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil, e já causa polêmica. Nuzman garante que a diretoria da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) já se comprometeu a assinar um contrato no qual autoriza a destruição do autódromo, que daria lugar ao Centro Olímpico Nacional de Treinamento.
No entanto, o presidente da Federação de Automobilismo do Estado do Rio de Janeiro (Faerj), Djalma de Faria Neves, disse que o acordo está muito longe de ser fechado. Ele acha até que o presidente do COB foi precipitado. “Nem sabemos quem arcará com os custos desse novo autódromo (que seria construído em outro ponto da cidade).”
No caso do Parque Aquático Júlio Delamare e da pista de atletismo Célio de Barros, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), mudou de opinião. Logo após os Jogos Pan-Americanos, ele pediu desculpas por ter sido favorável à demolição das duas tradicionais instalações para a construção de estacionamento para o estádio, candidato a receber a final da Copa do Mundo e previsto para ser o palco das cerimônias de abertura e encerramento da Olimpíada.
“Fui infeliz na declaração. Vários atletas reclamaram”, disse o governador, na época em que assinou os documentos necessários à formalização da candidatura carioca à sede dos Jogos de 2016. Ontem, porém, mostrou-se de acordo com o pacote de medidas apresentado por Nuzman, que prevê que os novos Júlio Delamare e Célio de Barros serão construídos a poucos metros do local atual
Segundo Nuzman, o custo inicial para a construção e ampliação dos locais de competição é de US$ 508 milhões (cerca de R$ 910 milhões), pois 56% deles já estão prontos. Os investimentos governamentais em infra-estrutura, principalmente em transportes chegariam a R$ 2,6 bilhões até 2016.
O caderno de postulação do Rio será entregue na sexta-feira ao Comitê Olímpico Internacional (COI) em Lausanne, na Suíça. Em junho de 2008, o COI vai anunciar as cidades candidatas a sediar os Jogos. A sede será conhecida apenas em 2 de outubro de 2009.
Somente a candidatura do Rio de Janeiro deve custar US$ 7 milhões (cerca de R$ 10 milhões) até julho deste ano, segundo revelou o COB. Se o projeto for aprovado e a cidade continuar na briga para ser sede do torneio, outros US$ 35 milhões serão desembolsados. Mas o custo total da Olimpíada no Rio de Janeiro pode passar de R$ 5,5 bilhões, entre infra-estrutura e instalações esportivas.