O nível de aderência do asfalto da pista do Aeroporto Internacional de Congonhas, em que ocorreu o acidente com o vôo 3054 da TAM, estava acima dos padrões internacionais, segundo a Empresa Brasileira deInfra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). O padrão de atrito da pista é testado semanalmente, segundo a estatal.

No dia do acidente (17), a pista chegou a ser testada a pedido da Torrede Comando. “E foi reportado que não havia lâmina de água, que pudessegerar aquaplanagem”, afirmou o superintendente de engenharia daInfraero, Armando Schneider Filho, em entrevista coletiva à imprensaesta tarde, na capital paulista. Teria sido informado apenas que “pista estava molhada”.

A falta de aderência da pista é a causa mais provável do acidente, naopinião é do presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa emTransporte Aéreo (SBTA), Anderson Correia. “Esse aeroporto, como todos sabem, tem uma certa limitação, tanto no tamanho quanto na qualidade dapista”, afirma.

A pista em que ocorreu o acidente havia sido liberada após reforma hápouco mais de duas semanas. A liberação ocorreu antes que estivessemprontas as obras para aumentar a aderência do asfalto com os pneus deaviões. Essa parte da reforma estava sendo feita durante a madrugada esó ficaria pronta em setembro. O especialista em aviação civil e comercial Valtécio Alencar considera “crítica” a liberação da pistaantes da conclusão da obra.

Anderson Correia defende que Congonhas seja fechado para aviões degrande porte. Segundo ele, o aeroporto não tem condições mínimas desegurança para esse tipo de vôo. A redução das linhas que passam por Congonhas estava em estudo pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).