Agora, TAM reclama da falta de grooving

Venda de passagens da TAM caiu 30% depois do acidente, diz presidente da empresa

Agência Brasil

 A venda de passagens da TAM caiu 30% depois do acidente do dia 17 de junho com um Airbus A320 da companhia. A informação foi dada pelo presidente da empresa, Marco Antonio Bologna, aos parlamentares da CPI do Apagão Aéreo da Câmara.
Bologna não soube definir a causa da retração nas vendas, que segundo ele pode ter sido a repercussão do acidente, o fim das férias escolares, as mudanças nos aeroportos ou a própria crise aérea.


Ao depor na CPI, ele não quis comentar as possíveis causa do acidente com o vôo 3054. “Qualquer tipo de inferência que eu faça seria prematura antes da conclusão das investigações”.


Segundo ele, a operação com o reverso pinado (sem funcionar) é normal, de acordo com o manual do fabricante do avião. “O sistema de frenagem do avião possui diversas formas. O reversor seria a ultima redundância que se usa, mas não é a principal”. O reverso ou reversor é um dos equipamentos que ajudam na frenagem de um avião.


Bologna negou que a empresa tivesse orientado os pilotos a não voar mais só com um reverso ligado. “Atualmente não temos nenhum reverso nessa [situação, ou seja, não há nenhuma aeronave com problemas nesse equipamento]. Caso tenhamos de fazer a pinagem [bloqueio, anulação] em algum reverso, a orientação que passamos é de que se consulte o fabricante do avião e depois tome a decisão correta”.


Mesmo sem querer comentar as causas do acidente, Bologna disse que o fato de depois da tragédia a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) ter determinado a feitura das ranhuras na pista (grooving) pode ser indício de que as condições da pista contribuíram para o acidente


“Existem vários fatores para um acidente e só o tempo vai dizer a participação de cada um. O único fato que eu poderia dizer é que, se houvesse grooving, teríamos um procedimento mais tranquilo”.


Bologna afirmou que o comandante tocou o solo no ponto certo da pista, que havia uma situação normal de pista daí para frente [ou seja o espaço era suficiente depois que o avião tocou a pista], que a situação de pista e de reverso era normal e o peso do avião estava abaixo do limite. O limite é de 64,5 toneladas e o Airbus tinha 62,7 toneladas. E o avião pousou com um quarto da capacidade do tanque de combustível. Além disso, tanto o piloto quanto o co-piloto “eram pessoas treinadas, preparadas e com muitas horas de vôo”.


Sobre o seguro para as famílias, para as vítimas em terra, e para o comércio local (lucro cessante) ele disse que a TAM paga acima dos níveis mínimos de mercado. “Se o seguro não for suficiente, ele será complementado pela companhia”, garantiu.