Brasília – O assessor especial do Presidente da República, Marco Aurélio Garcia, divulgou um comunicado no qual pede desculpas “aos que possam sentir-se atingidos” pela atitude que teve ao tomar conhecimento, pela televisão, de que havia indícios de falha mecânica no Airbus da TAM, que se chocou com o prédio da empresa na última terça-feira, em Congonhas, causando a morte de mais de 180 pessoas.
“Minha reação, absolutamente pessoal, não expressa satisfação, alívio ou felicidade, como pretenderam setores da mídia”, afirma Garcia no comunicado. Segundo ele, “sem nenhuma investigação ou parecer técnico consistente, importantes setores dos meios de comunicação não hesitaram, poucas horas depois do acidente, em lançar sobre o governo a responsabilidade da tragédia de São Paulo”.
A assessoria da Comissão de Ética Pública do Palácio do Planalto informou que o assunto será discutido em reunião marcada para o próxima dia 30. Leia a seguir a íntegra da nota de Marco Aurélio Garcia.
“Minha reação, absolutamente pessoal, às informações do Jornal Nacional de que havia indícios de falha mecânica no acidente da TAM exibidas em sucessivos noticiários de TV e reproduzidas em jornais, não expressa satisfação, alívio ou felicidade, como pretenderam setores da mídia.
O momento que vive o país, abalado pela morte de cerca de 200 homens, mulheres e crianças – muitos dos quais gaúchos como eu – é antes de tudo de recolhimento, luto e pesar. O sentimento de que fui possuído ao ver o noticiário foi fundamentalmente de indignação.
Sem nenhuma investigação, ou parecer técnico consistente, importantes setores dos meios de comunicação não hesitaram, poucas horas depois do acidente, em lançar sobre o governo a responsabilidade da tragédia de São Paulo, como já haviam feito anteriormente com a queda do avião da GOL. Os novos fatos mereceriam, ao menos, o reconhecimento de que houve precipitação e desinformação da opinião pública.
Assim, o sentimento que extravasei em privado foi e é de repúdio àqueles que trataram sordidamente de aproveitar a comoção que o país vive para insistir na postura partidária de oposição sistemática a um governo duas vezes eleito pela imensa maioria do povo brasileiro.
Aos que possam ainda assim sentir-se atingidos pela minha atitude, apresento minhas desculpas”.