O chefe do Centro de Investigação e prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, disse durante entrevista coletiva realizada em São Paulo que não é possível afirmar ainda se a aeronave da TAM que sofreu acidente ontem estava acelerando ou desacelerando no trecho final da pista do Aeroporto de Congonhas. “Podemos apenas dizer que estava numa velocidade anormal para aquele trecho”, afirmou.

Kersul Filho disse também que “tudo leva a crer que aeronave tocou no solo de uma maneira não-usual” e que entre os fatores que contribuíram para o acidente podem estar outros que não seja o da aquaplanagem. “Porém, nenhum fator é descartado”, considerou.

Na mesma entrevista coletiva, o Superintendente de Engenharia da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Armando Schneider Filho, afirmou que, na capital paulista, é preciso sempre pensar no sistema aeroportuário de forma conjunta, levando-se em consideração tanto o Aeroporto de Congonhas, quanto o de Cumbica, localizado em Guarulhos. “Não podemos esquecer que, em São Paulo, existe o aeroporto de Guarulhos. Um é socorro do outro, não podemos pensar num aeroporto independente do outro”, afirmou.

Esta colocação do superintendente foi feita ao explicar o motivo que levou à reforma da pista de apenas um dos aeroportos e, depois, do outro. Da mesma forma, segundo ele, obras só podem ser realizadas em uma pista por vez para não inviabilizar as operações do aeroporto. “A Infraero não pode fazer duas intervenções nas duas pistas ao mesmo tempo para não parar o aeroporto. Primeiro foi numa, depois na outra”, explicou.

Schneider Filho afirmou que o Aeroporto de Congonhas é de difícil operação e que, por isso, é um aeroporto que “tem de ser muito pensado”. “Não é justo dizer que a Infraero prioriza terminal de passageiro e não a pista”, disse. De acordo com ele, a Infraero busca um balanceamento entre estas duas partes do aeroporto, pois, segundo o superintendente, trata-se de um conjunto.