O pedido feito ontem (18) pelo Ministério Público Federal parainterditar o Aeroporto de Congonhas foi o segundo pedido de fechamentodaquele aeroporto pelo órgão. A primeira ação foi protocolada emjaneiro de 2007 e negada pela Justiça.

Segundoo procurador da República, Márcio Schusterschitz, que assinou o pedidojunto com a procuradora da República Fernanda Taubemblatt, o pedido nãofoi aceito na época porque até então não havia uma demonstração clarade que realmente existia o perigo, além de as autoridades interessadasna continuidade do funcionamento terem se fixado em argumentos voltadospara a questão econômica.

“As pessoas querem fingir queCongonhas é uma galinha dos ovos de ouro, quando, na verdade, é umaeroporto que tem tudo para repetir acidentes. A ação do MPF teveaceitação muito ruim porque as pessoas se impressionaram com os númeroseconômicos e ninguém se preocupou com o risco que aquilo poderiarepresentar”.

Para o Ministério Público, não basta fechar umapista apenas. É preciso que uma medida radical seja tomada e sejatraçado um plano claro para o futuro do aeroporto. “Um plano queinfelizmente e inacreditavelmente ninguém tem. Um aeroporto que não templano e perspectiva de nenhuma mudança e se desconhece os própriosriscos que traz, não tem nenhuma condição de continuar operando”.

Sobreo impacto que o fechamento do aeroporto de Congonhas causaria para opaís, Schusterschitz disse que o país terá de escolher se prefere oimpacto econômico ou o impacto de novos acidentes. “O importante éreconhecer que uma decisão dessa não consegue atender a todos osinteresses. A escolha do MPF é clara, em favor da segurança, paraevitar novos acidentes”.