Brasília – Em depoimento iniciado há pouco na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo na Câmara, o superintendente de Empreendimentos de Engenharia da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Armando Schneider Filho, disse que a pista principal do Aeroporto de Congonhas atende “plenamente” aos requisitos de segurança para pouso e decolagem. “As ranhuras são importantes em determinadas condições. O famoso grooving é um simples complemento”, afirmou o superintendente.

A pista principal do Aeroporto de Congonhas, onde aconteceu o acidente com o Airbus A320 da TAM há duas semanas, foi reaberta pela Infraero no último dia 27 após conclusão da perícia da Polícia Federal e de uma limpeza sobre a área que teve reparos.

Por determinação da Aeronáutica, a pista de quase 2 mil metros deve ser fechada em caso de chuva justamente por ainda não contar com a ranhuras na pista para facilitar a frenagem. No entanto, assim como a Infraero, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem defendido que a falta do grooving não impede a utilização da pista.

Em depoimento à CPI do Apagão Aéreo, o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro-do-ar Jorge Kersul Filho, disse que entre as causas investigadas do acidente com o avião da TAM estão a qualidade da pista principal do Aeroporto de Congonhas, o sistema de frenagem na aeronave ou algum item mecânico e até erro da tripulação na cabine do Airbus A320.

Em depoimento à Polícia Civil, dois pilotos da TAM que conduziram o Airbus A320 nos dias 15 e 16 deste mês afirmaram que tiveram muita dificuldade para pousar e frear a aeronave na pista principal do Aeroporto de Congonhas. Segundo o delegado Antônio Carlos Menezes Barbosa, os pilotos disseram que “a aeronave estava em perfeitas condições” e atribuíram o acidente às condições da pista sem ranhuras.