Aberta até 13 se setembro, no Museu Oscar Niemeyer, a exposição Autocromos Lumière – O tempo da cor apresenta 70 imagens, cujas origens estão nos autocromos coloridos de Auguste e Louis Lumière, que mostram aspectos do início do século 20. Engenheiros de formação, eles viriam a revolucionar a fotografia ao conseguir, por meio de um processo extremamente criativo e trabalhoso, dar cor às imagens. Os assim chamados autocromos foram patenteados como novo processo de fotografia em 1903.  A exposição integra as comemorações do Ano da França no Brasil e foi realizada em estreita parceria com o Institut Lumière, de Lyon, cidade situada na Região Rhône-Alpes da França, e Culturesfrance.

Os irmãos Lumière são também considerados Pais do Cinema pela invenção do cinematógrafo – aparelho para a projeção de filmes, com patente registrada em 1895. Assim, nesta mostra, que foi especialmente organizada para ser apresentada no MON, faz parte a exibição simultânea, em três telas grandes, de 17 filmes em princípio produzidos pelos irmãos para o cinematógrafo.

Voltando aos autocromos, depois de ter contribuído para colocar a fotografia em preto e branco ao alcance dos amadores, os irmãos Lumière inventam seu próprio processo de síntese tricromático pelo método indireto. Porém, fotografar três vezes a mesma cena, cada uma com um filtro colorido limita seu uso a temas estáticos e o resultado final, ou seja, a superposição exata de três positivos monocromos tintos permanece tecnicamente fora do alcance dos fotógrafos amadores.

Na tentativa de capturar a imagem em cores numa só etapa, “Louis Lumière, por volta de 1900, resolve associar, num suporte único, os filtros coloridos que permitem tanto a seleção das cores na captura de cena quanto sua síntese no momento da visão. Em 17 de dezembro de 1903, faz o registro, junto com o irmão, da patente de uma placa que incorpora uma única tela tricromática para separar as radiações coloridas da luz. Batizado Autocromo, « a cor por si mesma », o processo é comunicado à Academia de Ciências de Paris, em 30 de maio de 1904. Essa rede tricromática é composta por milhões de grãos microscópicos de fécula de batata, tintos de alaranjado, verde e violeta, sendo que cada um deles age como um filtro. Essa mistura é espalhada sobre uma placa de vidro coberta com verniz e, depois, com emulsão preta e branca. A placa assim obtida estava pronta para ser usada, e sua revelação, idêntica à do processo preto e branco da época, só necessitava inversão em positivo da imagem negativa impressa. Observado por transparência, esse diapositivo sobre vidro só deixa ver, através da emulsão, os grãos de fécula que correspondem às cores do assunto.” (Catálogo da mostra).

Nas cores citadas acima: alaranjado, verde e violeta, o processo segue o método das cores primárias subtrativas, que subtraem estas mesmas cores e deixam passar as demais. E o Autocromo foi o primeiro processo prático de reprodução colorida de imagens através das cores subtrativas, o que lhe valeu o seu uso comercial de maneira significativa. A placa de vidro – base da imagem – é processada como um diapositivo sendo revelada primeiro como uma imagem em negativa para depois ser revertida para a imagem positiva. Este método de uso de cores subtrativas ou então, o uso das cores aditivas, neste caso as cores azul, verde e vermelho para imagens iluminadas ou diapositivos foi utilizado de 1907 até 1930.

E aqui se pode notar um paralelo ao processo dos pixels = abreviatura do inglês picture cells ou células de imagem. Os pixels são os minúsculos pontos de luz que compõem a tela da televisão, cada um com a potencialidade de acender as cores azul, verde e vermelho, que são determinadas pelo comprimento das ondas dos elétrons, no instante de compor a imagem.

Esta exposição que vem pela primeira vez à América Latina, inicia sua trajetória em nossa cidade e tem o patrocínio da COPEL; apoio do Ministério da Cultura, do Governo do Paraná e da Secretaria de Estado da Cultura. (Museu Oscar Niemeyer Rua Marechal Hermes, 999  Informações: www.museuoscarniemeyer.org.br )