Exposições dos SESCs
Sob o dinâmico comando de Celise Niero, o SESC da Esquina representa um marco na história da cultura e arte em Curitiba. Isto, sem falar nos milhares de cursos de ensino e aperfeiçoamento, promovidos pelo SESC e destinados a áreas específicas, que têm como resultado, além do desenvolvimento individual do aluno, a melhoria social da comunidade.
Voltando ao cultural, não podemos esquecer o trabalho de Celise que, desde 1981, quando era responsável pelos Projetos Especiais do SESC da Esquina, já trazia a Curitiba os cursos do Adauto Novaes, quando este trabalhava na FUNARTE. E que continuou promovendo, quando ele saiu da instituição e abriu seu próprio escritório Arte-Pensamento. Assim, tivemos oportunidade de ouvir os maiores filósofos, nos mesmos discursos e contextos com que faziam suas apresentações nos grandes centros, particularmente no Rio de Janeiro e São Paulo.
Nenhuma outra cidade brasileira teve esta chance que Celise nos proporcionou: a de acompanhar, par a par, o desenvolvimento do pensamento filosófico-estético-cultural mundial e internacional durante os últimos 25 anos. Isto não é pouca coisa! É toda uma geração de conhecimentos!
Agora mesmo, sobre arte, duas exposições realizadas nos SESCs de Curitiba, nos chamam a atenção: a coletiva TUDO AZUL, no SESC da Esquina, e a individual de Heliana Grudzien denominada ILUSTRAÇÃO, que abre no SESC Centro.
A primeira tem a curadoria de João Henrique do Amaral que explica: “A vontade de trabalhar com a cor azul, foi conseqüência de uma coincidência. Manuseando a última edição do AURÉLIO, inestimável presente de meu irmão, encontro ao acaso, as várias definições de azul e na primeira delas leio: ‘…1. Da cor do céu sem nuvens e com Sol alto…’ isto às onze e meia da manhã, de um frio e seco dia de junho de Curitiba.
Abro a janela e lá esta ele, o céu de brigadeiro, o azul por definição. Tão bonito, tão perto. Os quatro artistas convidados – Guilmar Silva, Juliane Fuganti, Domício Pedroso e Fernando Velloso – são produtores artísticos paranaenses de primeiríssima linha e conhecedores profundos dos seus ofícios.
Então, ciente da grande afluência de freqüentadores e da vocação didática da
Galeria do SESC da Esquina, a mostra, além do prazer estético, quer oferecer um valioso veículo de informação e conhecimento.
A observação de trabalhos da qualidade destes que compõem a exposição, proporciona aos visitantes a oportunidade de aprender como são usados os azuis, tantos e únicos, por esses artistas-referência.” Aberta até dia 11 de outubro, no SESC da Esquina (R. Visconde do Rio Branco, 969 fone: 41- 3322-7544).
Por outro lado, Heliana, uma das maiores ilustradoras brasileiras, além de artista plástica, desenhista e gravadora, abre sua exposição no dia 03 de outubro, na Galeria do SESC Centro (R. José Loureiro, 578 fone: 41 3233-7422).
São suas palavras: “Sempre gostei do livro como suporte para veiculação de idéias, fantasias e expectativas. Nesse veículo, cuido para ser sincera e transparente e procuro conduzir meu pensamento com poesia, arte e lirismo abrindo o máximo de canais na arte, para fazer o leitor, no caso as crianças e jovens, entrar e sair das imagens, cheios de idéias, questionamentos e de possibilidades.
Para alcançar este objetivo, rasgo as receitas, os clichês, os conceitos de beleza. E para segurar a poesia pelo olho utilizo em minhas ilustrações a técnica da pintura mista com tintas alternativas sobre suportes como folhas de jornais, revistas, papéis, materiais menos nobres.”
Como estamos no Brasil, no mesmo dia da poética individual de Heliana, amanhã, será votado na Câmara Federal um projeto que amplia o número de entidades optantes do “imposto simples”.
Isto vai acarretar uma sensível redução na arrecadação das entidades de todo o sistema S: SESC, SENAC, SENAI e outros, entidades exemplares nos orçamentos e gastos para o desenvolvimento, arte e cultura do brasileiro, como demonstrado acima.
O projeto do Senador Pavan, de Santa Catarina, é contra a aprovação do mesmo. Para apoiá-lo basta acessar o site www.sescpr.com.br e já na tela inicial aparecerá um formulário a ser preenchido (bem fácil) com a moção de apoio a esse projeto.
Também, na terça-feira, tem início a “Oficina de Arte – Curso Permanente no Atelier da Artista Leila Pugnaloni”, com aulas das 18h30m às 21h30m, sempre neste mesmo dia da semana. O curso abrange Percepção e Alongamento Corporal, Leitura e Discussão de Textos com Artistas Convidados, História da Arte do Século 20, entre outros tópicos. É bom vê-la de volta ao ensino, pois Leila é a melhor professora do processo criativo e quem sempre recomendei, mesmo no período em que ela tinha parado de orientar. Informações: www.leilapugnalonoi.com.br
Hoje, excepcionalmente, a coluna sobre artes visuais ocupa este espaço.
Na próxima semana retorna para a página c5 do Espaço 2.