Bienal e exposições em Curitiba
Pois é, a Bienal já está aí!
Como escrevo às sextas-feiras, é bom avisar que estou projetando informações que até podem ter sido suplantadas por acontecimentos mais polêmicos no dia da abertura, 07 de outubro.
E a megaexposição abre depois de inúmeros percalços, o mais significativo deles, a retirada voluntária do internacional Cildo Meireles, um dos nossos mais importantes artistas plásticos, como forma de protesto pela permanência do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira no Conselho da Bienal.
Segundo reportagem da “Folha de São Paulo”, de 05 de outubro, apesar de resolvido o caso com Cid Ferreira, Cildo não expõe nesta edição da Bienal porque, nas palavras do Presidente da Fundação Bienal Manuel Pires da Costa: “ele não teria condições de retomar o seu trabalho pelo tempo já perdido”. A reportagem cita Cristina Freire, uma das co-curadoras do evento, explicando que Meireles apresentaria três obras, sendo que uma delas, ‘Homeless-Home’, não ficaria pronta a tempo.
Finalmente os ânimos se acalmaram, espero, e teremos um evento que será bem diferente dos até aqui realizados. Concebida sob o comando da curadora Lisette Lagnado que “descobriu” o até então desconhecido acreano Hélio Melo, promovendo-o à revelação da arte do século 21, com repertório artístico suficiente para inspirar e/ou conceituar a 27ª Bienal Internacional de São Paulo, creio ser esta uma das mais esperadas bienais dos últimos anos. Curiosidade há, e muita!
Por outro lado, Vitória Daniela Bousso lidera uma das maiores exposições de arte brasileira também no Ibirapuera, só que no Pavilhão Armando de Arruda Pereira, com entrada pelo portão 10.
Conjugando esforços com a Casa Triângulo, Gabinete de Arte Raquel Arnaud, Galeria Baró Cruz, Galeria Brito Cimino, Galeria Fortes Vilaça, Galeria Leme, Galeria Luisa Strina, Galeria Millan Antonio, Galeria Nara Roesler, Galeria Vermelho, Marília Razuk Galeria de Arte e Valu Oria Galeria de Arte, Bousso montou, como diz o título em inglês: “A comprehensive exhibition of Brazilian contemporary art”. Ou seja, um completo panorama que apresenta 146 artistas dos mais importantes artistas brasileiros, uma verdadeira história da arte contemporânea em nosso país. E advinhem, Cildo Meireles participa desta mostra!
Meus parabéns a Daniela, pois, pela primeira vez, os visitantes da Bienal poderão comparar o que está sendo apresentado em ambos os eventos e, principalmente, ter uma visão global de nossos artistas e da arte brasileira da atualidade. Para quem quiser comprovar, o site é: www.expoparalela.com.br.
A curadora Vitória Daniela, que também é diretora do Paço das Artes, soube aproveitar o momento e cobrir uma brecha sempre presente quando da realização das bienais, pois os visitantes viam somente aspectos e uma parte da arte brasileira. Finalmente, acontece uma apresentação de artistas com uma tão grande abrangência quanto a exposta na “Paralela 2006”, como é intitulada a mostra.
E acrescento, se não for pela Bienal, torna-se imprescindível ir a São Paulo para ver esta exposição. Até hoje nada igual foi realizado!
A “27ª Bienal Internacional de São Paulo” permanece aberta ao publico, com entrada franca, até 17 de dezembro, no Pavilhão da Bienal (Parque Ibirapuera, portão 3, São Paulo, fone (1) 5576-7600). Maiores informações visitar o site: www.bienalsaopaulo.org.br
Enquanto isso, aqui em Curitiba, a Casa Andrade Muricy está apresentando três exposições que valem a pena serem visitadas. Na primeira delas, “Luzes que se apagam”, as excelentes pinturas de Teca Sandrini cobrem o espaço; “Presente Líquido”, coletiva de 12 artistas reúne obras de Alexandre Vogler, Caetano Dias, Carlos Enrique Bevilacqua, Divino Sobral, Eliane Prolik, Enrica Bernadelli, Fabio Tremonte, Hilal Sami Hilal, Marcone Moreira, Nina Moraes, Tatiana Grinberg e Walton Hoffmann.
E “Gravadores de Curitiba” que mostra um panorama da gravura paranaense com trabalhos de Andréia Las, Cristina Rezende, Denise Roman, Eliana Araújo, Everly Giller, Dulce Osinski, Glauco Menta, Izabella Zanchi, Fábio Follador, Felipe Pacheco, Fernando Rosembaun, José Roberto da Silva, Jucimarley Totti, Juliane Fuganti, Lahir Ramos, Loizel Guimarães, Luis Carlos Rettamozo, Maraia de Lourdes Gomes, Maria Lúcia de Júlio, Maikel de Maia, Nelson Hohmann, Silvio Rodolfo.
Além de prestar uma homenagem à memória de Violeta Franco, esta coletiva representa o renascimento da arte da gravura que, felizmente, está ocorrendo em Curitiba. Até dia 30 de novembro, de terça a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, domingo e feriados das 10h às 16h. (Al. Dr. Muricy, 915 Curitiba. Fone: 41-3321.4798). Informações também no site: www.pr.gov.br/cam
Vou falar sobre estas mostras na próxima edição desta coluna, pois elas também merecem um grande destaque pelo nível dos trabalhos expostos.