Ninguém discute a capacidade que tem o Edílson Viriato de levar seus orientandos a conceber e executar efetivamente um trabalho artístico. Ele consegue motivar quem tem vontade de lidar com arte, fazendo com que o candidato a artista venha a conquistar o espaço que lhe é merecido no universo da criatividade. Assim, muitas vezes, ele transforma aquele desejo que não passa de certa inclinação para o desenho, para a pintura, para as artes, em trabalho concreto, visível e, o mais surpreendente de tudo, com qualidade estética. Acredito que algumas das principais qualidades do Edilson, além do incentivo, são fazer com que o orientando perca o medo de errar e que se empenhe na execução da obra de arte. A tentativa, então, passa do território imaginário do desejo de criar uma obra à elaboração de um trabalho real e representativo da verdade do autor e, consequentemente, materializa o potencial inerente a cada artista.
E o fato de seus orientandos, mesmo que alguns deles jamais tivessem pegado em pincéis ou tintas, venham a alcançar resultados significativos em exposições e salões de arte, sendo selecionados por comissões de análise, vem confirmar que são corretos os procedimentos nos quais Edílson se baseia. Assim, temos o Atelier de Arte Edílson Viriato e o Centro de Arte Contemporânea Edílson Viriato a difundir constantemente métodos de aprendizado e aperfeiçoamento. Outro fator a destacar é que Edílson é extremamente generoso em informações e pesquisa, sejam elas relativas a técnicas ou modos de execução artísticos ou sobre salões e exposições de arte. Ele fornece as fontes e inunda seus alunos com dados, revistas internacionais de arte, catálogos das exposições que visita na Europa, sites de artes visuais. O outro lado desta generosidade – e aí ele tem sua razão – é a firme cobrança das tarefas de seus orientandos. Viajei uma vez, a convite dele e de Jacyra Abujamra, para Foz do Iguaçu, onde passamos três dias no maravilhoso Hotel Mabu das Cataratas, discutindo e falando sobre arte. E aí pude constatar o empenho de Edílson na orientação – primeiro em grupo e depois individual – a cada artista e também o seu rigor na avaliação dos resultados.
Nossa especial companheira naquela jornada foi a Guilmar Silva e, falando nela, temos hoje o Solar do Barão tomado por obras de sua autoria numa grande exposição proporcionada por seus filhos, através da Lei de Incentivo.
Também no Museu da Fotografia Cidade de Curitiba, no mesmo local, estão reunidos trabalhos de 27 artistas dos Ateliers do Edílson Viriato, que tiveram oportunidade de viajar três vezes ao exterior com Guilmar. Numa homenagem carinhosa a ela, a exposição apresenta um total de 46 obras dos seguintes artistas: Akiko Miléo, Ana Mauad, Ana Serafin, Beatriz Gonçalez, Christina Araújo, Claudia de Lara, Elisiane Correa, Geraldina Galléas, Iliane Barcellos, Irani Spiacci, Jacyra Abujamra, Kátia Velo, Leslie Jacob, Lidia Saczkovski, Lucilia Schneider, Luiz Paulo Aguiar, Malah, Mara Franco, Marilene Zancheti, Mirna de Oliveira, Odilon Ratzke, Ro Sampaio, Sabine Feres, Sandra Hiromoto, Viviane Camargo e Wilhelma Marceri.
E como não poderia deixar de ser, Edílson Viriato também participa desta homenagem e expõe uma obra em técnica mista sobre tela intitulada “Série 9 M” – basicamente em branco e preto.
Na exposição, com predominância de pinturas em grandes dimensões como as de Ana Serafin, Sabine Feres, Iliane Barcellos e Christina Araújo, também são apresentadas pequenas jóias de arte como as sete xilogravuras sobre pintura acrílica, “Da Série Revoada” elaboradas por Jacyra Abujamra, as três obras Naïves de Lídia Saczkovski, uma excelente escultura de Malah em madeira, ferro e nó de pinho intitulada “Encaixe” e duas vibrantes pinturas de Claudia de Lara dentro da nova tendência de ressurgimento de um Neo-Pop, que aproveita a visualidade das imagens da Internet. Outro destaque fica por conta das pinturas de Geraldina Galléas intituladas “Arabescos I e II”, que compõem uma rede de pequenas pinceladas entrelaçadas e únicas na qualidade estético-artística.
Com minha curadoria, a exposição permanece aberta ao público no Museu da Fotografia Cidade de Curitiba (Rua Pres. Carlos Cavalcanti, 533 fone 41-321-3334), até 05 de julho.