Das mais interessantes e diferentes, é a mostra “Katalogue XXL – New Art” que está exposta na Torre da Fotografia, um dos espaços do Museu Oscar Niemeyer (Rua Mal Hermes, 999 fone 41-222-8262).
Para quem gosta de design gráfico contemporâneo e aprecia as novas mídias que estão sendo utilizadas pelos artistas que trabalham com estas formas de expressão, esta seleção de obras é imperdível. E é como diz meu título: brand-new design, traduzido como design novo em folha!
Coerente com a proposta de vanguarda recente são apresentados na exposição cerca de 70 trabalhos em papel, executados por 34 artistas de todas as partes do mundo, reunindo criações de profissionais experientes e reconhecidos junto a obras de novos talentos nestas mesmas áreas, ou “as estrelas de amanhã”, como são chamados pelos curadores que apostam em suas linguagens artísticas.
Assim, na igualdade de apresentação ao longo das paredes da Torre da Fotografia, o visitante pode comprovar a sensibilidade dos curadores na escolha dos itens participantes.
O idealizador do “Katalogue XXL – New Art” é o alemão Wilhelm Finger, também diretor de arte e curador que explica: “A idéia surgiu com uma publicação impressa que, mais tarde, foi desdobrada em mostra para museus e galerias, tal o interesse que provocou.”
Assim, Finger em parceria com a curadora grega Melita Skamanaki elaboraram um projeto que tem como objetivo o compromisso com a cultura de arte e o design em materiais impressos e novas mídias. “O design aparece em tudo que vemos, as tendências são globais”, afirma Finger.
Além das fotografias, das peças de design e dos trabalhos gráficos, um dos destaques é o vídeo inédito produzido pelo japonês Motomichi. Utilizando o medo como tema, o vídeo é projetado em três telas de plasma, cada uma das quais mostrando formas diferentes deste sentimento poderoso que nos constrange frente a grandes perigos, ou até e simplesmente, diante de um inseto que não gostamos.
Entre os participantes também está o premiado ilustrador brasileiro Kako, apontado como o segundo melhor do mundo.
O curador Wilhelm Finger fala sobre as imagens de Alexander Egger, que procura estabelecer uma relação não racional entre o artista e o espectador. “A oscilação associativa das obras entre impressões figurativas e abstratas, próximas e distantes, evidentes e obscuras alimenta uma descrição da mente do artista, a ser recriada pelo olhar e a percepção do espectador.” Enquanto, segundo o curador: “As fotografias do americano Niels Alpert imprimem uma atmosfera misteriosa sobre melancólicas paisagens industriais de Los Angeles.”
Geradas em computador, as imagens de Linn Olofsdotter “combinam elementos desenhos à mão com ricos esquemas de cor e textura intrincadas”. Já as gravuras e os desenhos narrativos, de cunho social, de Ryan McClelland criam “monumentos à vulgaridade da sociedade consumista ocidental. São os restos das nossas experiências urbanas. Suas obras, inundadas de comportamento transgressivo, revelam os excessos contemporâneos.”
Na publicação, em sua segunda edição – da qual deriva esta mostra – as imagens das obras são impressas em folhas soltas, não encadernadas, para que possam ser utilizadas pelo apreciador como lhe convier. Finger comenta que “o principal é permitir que cada um monte a própria exposição, em casa, no escritório…”.
“Katalogue XXL – New Art” já foi apresentada em Londres, Paris, Berlim e no Canadá. Curitiba é a primeira capital brasileira a receber a exposição, que depois seguirá para São Paulo.
Errata: Sabe-se que a errata não tem o mesmo peso da primeira publicação, entretanto não posso deixar de assinalar que, na coluna de nove de fevereiro, o nome do “BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul” saiu errado, igual ao original equivocado que transcrevi sem perceber. Minhas desculpas e parabéns ao BRDE, o único banco de nossa cidade que realiza exposições de arte, cumprindo seu papel social ao também divulgar cultura.