O Museu de Arte Contemporânea do Paraná, sob a direção de Alfi Vivern, está em preparativos para a 62ª edição do Salão Paranaense, a ter lugar em dezembro do corrente ano.


O Salão Paranaense – evento mais tradicional promovido pelo museu – é o mais antigo do país, pois foi criado em 1944, e se apresentava anualmente ininterrupto desde sua fundação. Na edição de 2005 tornou-se bienal, o que grande parte do meio artístico ainda questiona, uma vez que o resultado apresentado naquele salão não justificou os motivos alegados para a mudança. O 61º Salão mostrou-se visivelmente fraco nas linguagens artísticas, na distribuição espacial realizadas pelos curadores e, principalmente, no esvaziamento de sua representatividade a nível nacional.


Agora, a Secretaria de Estado da Cultura, por intermédio da direção do Museu de Arte Contemporânea, anuncia os artistas selecionados para expor neste ano. A mostra vai contar com 27 participantes divididos em dez artistas nacionais convidados, seis artistas do Mercosul convidados e 11 participações espontâneas.


Os seis convidados do Mercosul são designados pelos órgãos competentes de seus países (Argentina e o Paraguai), enquanto que o conselho curador do 62º Salão Paranaense, composto por cinco membros, fez as indicações dos dez artistas atuantes na arte contemporânea.


Dentre os 517 artistas inscritos, os 11 artistas selecionados são: Camille Kachani, Fernando Burjato e Rafael Carneiro, de São Paulo/SP; Paula Almozara, de Campinas/SP; Daniel Escobar e Luciano Zanatte, de Porto Alegre/RS; Dirceu da Costa Maués, de Belém do Pará; Maria Nepomuceno Taborda, do Rio de Janeiro/RJ; Rodrigo Braga, de Recife/PE, mais Juliana Stein e Tony Camargo de Curitiba. A seleção foi feita por Simone Landal, Daniela Vicentini e Artur de Freiras, todos de Curitiba, Isaac Antonio Camargo, de Londrina e José Francisco Alves, de Porto Alegre/RS. A cada artista selecionado, cabe a mesma quantia como prêmio de participação: R$ 8 mil.


Falando do MAC/PR, vamos rever um pouco de sua história. A idéia da criação de um museu de arte do Estado, alimentada durante muito tempo por artistas e intelectuais, foi concretizada sob a orientação de Fernando Pernetta Velloso, então chefe da Divisão de Planejamento e Promoções Culturais da Secretaria de Educação e Cultura do Paraná.


Antes disso, mesmo as grandes exposições de arte, como o Salão Paranaense, eram realizadas na Biblioteca Pública do Paraná, cita à Rua Cândido Lopes; primeiramente no porão, onde também funcionou a Escolinha de Arte de Guido Viaro, e depois no primeiro andar do edifício. Então, foi criado, através do Decreto nº 18.447, de 11 de março de 1970, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná. Sua instalação, prevista inicialmente para o andar térreo do Teatro Guaíra, foi impedida por um incêndio ocorrido naquele local. Desse modo, o Museu foi oficialmente inaugurado em sede provisória, na Rua 24 de Maio, em prédio pertencente à Associação dos Servidores Públicos do Paraná, no dia 12 de março de 1971, passando a ter sede própria, quando foi efetivamente instalado no prédio da rua Desembargador Westphalen, cuja abertura e definitiva inauguração se deu no dia 27 de junho de 1974. De singular importância no cenário urbano de Curitiba, o prédio do Museu de Arte Contemporânea do Paraná é de estilo eclético, ocupando uma área de 1992 m². Sua construção foi iniciada em 1926 e, em 28 de janeiro de 1928, foi inaugurado pelo Governador Caetano Munhoz da Rocha para sediar a Diretoria de Saúde Pública. Posteriormente, abrigou a Secretaria de Saúde e Assistência Social e a Secretaria do Trabalho. Em 1974 foi reformado e destinado para a sede do Museu de Arte Contemporânea, sendo tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná em 06 de março de 1978. Não podemos esquecer que o MAC/PR conta também com um Setor de Pesquisa e Documentação, do qual faz parte uma biblioteca, criada em 1970, e especializada em artes visuais e áreas afins. O Setor dispõe também de um acervo documental com catálogos, textos de jornais, currículos, fotografias, slides e vídeos sobre crítica de arte, artistas visuais, exposições, salões, bienais, museus, galerias e outras instituições, à disposição do público para consultas locais, de segunda a sexta-feira, das 9 às 18h. (Rua Des. Westphalen, 16 fone 41-3222-5172).