Tom Lisboa é um dos nossos mais qualificados artistas que trabalham em mídias contemporâneas. Ele é Bacharel em Informática pela Universidade Federal do Paraná (1991); Especialista em Marketing (1999) pela FAE/PR e Mestre em Comunicação e Linguagens, pela Universidade Tuiuti do Paraná (2003).

Sua produção artística começa em 1996, com pintura, mas a partir de 2000, passa a desenvolver projetos pessoais em várias áreas tais como fotografia, intervenção urbana e vídeo. É criador do Curso de Cultura Cinematográfica, onde ministra aulas de formação de platéia crítica em cinema.

Até 2006, constam em seu currículo quatro curadorias e sete individuais, entre elas quatro intervenções urbanas: “ficções urbanas: o documentário”, realizado em 2004; “polaroides (in)visíveis” em 2005, “projeto cinematógrafo” e “Cowtadinhas”, ambos em 2006.  

Não é fácil  ao artista de mídia se destacar como vem acontecendo com Tom. Isto porque a Internet multiplicou o território do visual de tal forma, que todo dia somos invadidos por dezenas de e-mails com algum tipo de criação, seja em forma de imagens ou de textos, ou de meras curiosidades como recentemente os animais desenhados nas mãos humanas. Claro que isto não é arte! Mas, uma vez criadas, as imagens vão se apoderando das nossas mentes e deixando pouco espaço para o que é verdadeiramente uma linguagem artística. Assim, a proliferação do visual, que é muito bom pelo aspecto da transformação da imagem numa espécie de linguagem universal, tem como contrapartida tornar o território do verdadeiro artista cada dia mais difícil e menor.

Hoje é dele exigido uma total versatilidade que entra pelas áreas do conhecimento, da linguagem visual, da ciência, da comunicação, da informática, do design, além da necessidade de estar “up to date” para acompanhar o que está acontecendo no mundo. Ao artista também lhe são particularmente requeridas, a inteligência e a sensibilidade para lidar com todo este cabedal de informações e dele retirar sua arte. Aí, se começa a entender o cabedal de dados com os quais Tom Lisboa trabalha. E a importância de sua obra!

Quem percorre Curitiba está acostumado a ver, aqui e ali, intervenções do artista que reúnem a todos estes requisitos mais uma questão que aparece sutilmente, quase em forma de chiste, pois nas “polaroides (in)visíveis” não há imagens, só o texto incitando o leitor a olhar e pensar sua própria “fotografia” sugerida pelo artista. “Durante o dia os vidros jateados da Caixa Econômica transformam as pessoas dentro da agência em fotografias desfocadas”. Na ilustração desta coluna vemos em papel sulfite amarelo a intervenção do artista colocada no ponto de ônibus.

O artista já participou de quase 30 coletivas e publicou, em 2004,  “Entre a estatueta do Oscar e o Oscar da estatueta”, resultado de sua dissertação de mestrado. Tem obras nos acervos do MAC de Campinas(SP), do Governo do Estado do Paraná e da Galeria de Arte Graça Landeira(PA).

Em 2005 foi um dos mapeados no Rumos Itaú Cultural, mesmo  ano em que ganhou o “Prêmio Porto Seguro de Fotografia”, na categoria pesquisas contemporâneas e em 2006, o “Voto de Louvor” da Câmara Municipal de Curitiba.  As intervenções que Tom realiza através do seu projeto das “polaroides (in)visíveis – intervenções privadas” já correram boa parte do mundo, mediante a colaboração de seus amigos.

O processo envolve a colocação de suas etiquetas em ambientes dos museus seguida de uma fotografia para o registro do fato. Isto já ocorreu em mais de 20 instituições, como no J Paul Getty, em Los Angeles, EUA; no Centre Georges Pompidou, em Paris; no Kunsthaus Zurich, Suíça; na Fundação de Serralves, Porto/Portugal; no MAC BA, de Barcelona, Espanha; na Vancouver Art Gallery, do Canadá; na 27ª Bienal de Arte de São Paulo; no Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires, Argentina.Você pode acompanhar a obra de Tom Lisboa no site: www.sintom nizado.com.br que o artista mantém sempre atualizado com suas mais recentes atividades.