O desejo de ter um filho faz parte do sonho de muitas famílias no Brasil e no mundo. No entanto, diversos fatores — como estilo de vida, condições de saúde e principalmente a idade — podem dificultar ou mesmo impedir que esse sonho se concretize de forma natural. Após os 35 anos, a quantidade de óvulos disponíveis no corpo feminino diminui significativamente, e, aos 38, sua qualidade também começa a decair. Além disso, tratamentos oncológicos, endometriose e outras condições clínicas também interferem na fertilidade.
Em 2023, mais de 56 mil procedimentos de reprodução assistida foram realizados no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um desses casos foi o de Daniele da Rosa Silva, que celebra o Dia das Mães com seus filhos gêmeos, hoje com sete anos, graças à fertilização in vitro (FIV). Ao tentar engravidar sem sucesso, Daniele foi diagnosticada com endometriose. Antes da FIV, ela e o marido tentaram diversas alternativas, como indução à ovulação, coito programado e inseminação artificial.
“Fiz a fertilização in vitro três vezes. A primeira não deu certo. Na segunda, engravidei, mas tive uma gravidez anembrionária. Na terceira tentativa vieram meus filhos, os gêmeos”, conta Daniele.
O processo, segundo ela, foi exaustivo, especialmente no aspecto psicológico, já que a tentativa de engravidar se estendeu por oito anos.
“Foi muito doloroso. Psicologicamente foi difícil, e fisicamente também, porque tomamos muitos hormônios e injeções. São três por dia na barriga para induzir a ovulação. Depois da transferência dos embriões, foram três meses de injeção intramuscular de progesterona. Eu inchei, engordei e enfrentei o alto custo financeiro — fiz três tentativas pagas do próprio bolso.”
Como funciona a FIV
Entre as técnicas de reprodução assistida mais conhecidas estão a inseminação artificial (IA), em que os espermatozoides são inseridos diretamente no útero, e a fertilização in vitro (FIV), em que óvulos e espermatozoides são coletados, selecionados e fecundados em laboratório. Após a formação do embrião, ele é transferido para o útero da mulher.
“A FIV começa com a estimulação ovariana, para gerar mais folículos e óvulos. Depois, esses óvulos são aspirados e avaliados pela embriologia. O mesmo acontece com os espermatozoides. Só então o melhor espermatozoide é injetado no melhor óvulo. A escolha individual de cada célula aumenta as chances de sucesso”, explica Alessandro Schuffner, médico especialista em medicina reprodutiva.
Segundo o especialista, o avanço da idade é o principal desafio para engravidar, mesmo com técnicas como a FIV. Mas há estratégias médicas para contornar o problema.
“Com baixa reserva ovariana, adaptamos os protocolos de estimulação usando medicamentos e dosagens específicas para o perfil da paciente”, completa.
Fatores como síndrome dos ovários policísticos, tratamentos hormonais, e até condições masculinas, como a varicocele (dilatação das veias do testículo que reduz a qualidade dos espermatozoides), também influenciam nas chances de sucesso.
Tecnologia a serviço da vida
Uma das etapas mais importantes da FIV é a seleção do embrião a ser transferido para o útero. Durante esse processo, os embriões são monitorados em diferentes estágios de desenvolvimento. Segundo Schuffner, embriões que chegam ao quinto dia de desenvolvimento têm mais chances de sucesso, já que cerca de metade não atinge essa fase.
Para isso, ferramentas como o microscópio invertido são essenciais. Ele permite observar óvulos e espermatozoides em seu ambiente de cultura, sem a necessidade de manipulação excessiva.
“O microscópio fica próximo ao gameta, garantindo análises mais precisas. Além disso, softwares podem ser acoplados a essa tecnologia, o que tem revolucionado a área da reprodução assistida”, afirma o médico.
A empresa Kasvi, especializada em soluções para laboratórios, lançou recentemente o Microscópio Biológico Trinocular Invertido, que utiliza um sistema óptico infinito, garantindo imagens nítidas em todo o campo visual. O equipamento permite acoplamento de câmeras e kits de fluorescência, ampliando ainda mais sua precisão.
“A análise dos embriões é feita diretamente em placas ou frascos de cultivo celular. Como são células sensíveis, é essencial minimizar a manipulação. A qualidade da imagem e a capacidade de micromanipulação são diferenciais importantes, e nossas objetivas de longa distância garantem isso”, destaca Nathalia Nascimento, assessora científica da Kasvi.
Sobre a Kasvi
Com mais de 10 anos de atuação, a Kasvi é uma empresa brasileira referência em soluções para pesquisa, ciência, diagnósticos e descobertas laboratoriais. Oferece produtos e equipamentos de alta performance voltados para laboratórios e indústrias em todo o país.