Medo do julgamento, insegurança, autocobrança e perfeccionismo estão entre os principais gatilhos da ansiedade ao falar em público. Segundo a Glossophobia Research Foundation, cerca de 70% da população mundial sofre algum grau de ansiedade ao se expressar diante de uma plateia — seja em apresentações, reuniões de trabalho, entrevistas ou mesmo conversas em grupo. No Brasil, o índice se mantém semelhante, de acordo com levantamentos feitos por institutos de psicologia e comportamento.
Esse desconforto, quando intenso, pode ativar o chamado modo “luta ou fuga”, uma resposta natural do corpo a situações de ameaça. Os sintomas são físicos e variam de pessoa para pessoa: coração acelerado, mãos suadas, tremor na voz, mente em branco e até náuseas. Em alguns casos, o medo pode evoluir para fobia social ou comprometer oportunidades profissionais e acadêmicas.
Apesar de comum, o bloqueio não é definitivo. A jornalista e especialista em comunicação e oratória Karina Pachiega afirma que, com treino e preparo, é possível reverter esse quadro. “Falar em público é como exercitar um músculo: quanto mais você pratica, mais forte ele fica. Com o tempo, o medo dá lugar à segurança”, explica.
Karina tem acompanhado de perto a evolução de pessoas que enfrentavam pânico ao subir no palco e, com apoio técnico, conseguiram melhorar a performance. “Dedicação e planejamento são as chaves. Não é sobre nascer com dom, é sobre se permitir evoluir”, completa.
Dicas práticas para enfrentar a ansiedade
A especialista compartilha estratégias simples para quem deseja superar o medo de se comunicar em público:
- Comece pequeno: Participe mais ativamente de aulas, reuniões ou rodas de conversa. Ambientes controlados ajudam a desenvolver confiança.
- Treine a respiração: Inspire pelo nariz contando até 4, segure por 2 segundos e expire pela boca até 6. Essa técnica ativa o sistema nervoso parassimpático e reduz os sintomas da ansiedade.
- Mude o foco: Em vez de se preocupar com “o que vão pensar de mim?”, concentre-se em “o que quero comunicar?”. Isso reduz a autocobrança e melhora a clareza.
- Lembre-se: o público quer que você se saia bem. Na maioria das vezes, quem assiste torce a favor. E pequenos deslizes raramente são percebidos.
“Já vi muitas transformações acontecerem. Quando há preparo, o palco deixa de ser um lugar de medo e passa a ser um espaço de conexão”, afirma Karina.
Quem é Karina Pachiega
Karina Pachiega é jornalista com mais de 25 anos de carreira. Natural de Campinas (SP), formou-se pela PUC-Campinas em 2000 e começou a carreira como repórter esportiva no SBT local. No ano seguinte, conquistou uma vaga como repórter e apresentadora na afiliada da TV Globo em Mogi das Cruzes (2002–2006).
Entre 2006 e 2012, atuou na TV Globo SP como repórter em coberturas de grande repercussão nacional e internacional. Depois, integrou a equipe do SBT SP (2012–2017), também como repórter e apresentadora. Desde 2018, comanda sua própria empresa, voltada a projetos de comunicação, media training e oratória, ajudando profissionais de diversas áreas a aprimorarem sua presença e discurso.
Ao longo da carreira, Karina cobriu temas diversos — de saúde e política a cultura e segurança pública. Participou de séries especiais, fez reportagens internacionais e acumulou experiências que hoje compartilha em cursos e mentorias.