Apartamentos compactos de dois quartos ganham espaço como alternativa para famílias e jovens

Editado por Alana Morzelli
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O aumento do preço do metro quadrado nas cidades paranaenses tem levado construtoras a apostar em apartamentos compactos, com até 40 m², como solução viável para famílias e jovens que buscam a casa própria. Londrina, Curitiba, Região Metropolitana e Campo Mourão registram crescimento de empreendimentos verticais com duas suítes e infraestrutura compartilhada, conciliando custo acessível e qualidade de vida.

Entre os exemplos recentes em Londrina estão os empreendimentos Felicce e Solare Essenza, lançados pela Pride Construtora. As plantas variam entre 35 m² e 40 m², com dois dormitórios, cozinha integrada e áreas comuns que funcionam como extensão do lar. Segundo a diretora comercial da Pride, Vevianne Jacques, “temos o desafio de encaixar o sonho da casa própria no limite possível do financiamento. Dois ou três metros a mais podem inviabilizar a compra”.

Uso inteligente do espaço

A redução da metragem dos imóveis econômicos não é nova, mas ganhou força a partir de 2020, com mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida e o aumento dos custos da construção civil. Enquanto antes a média de um apartamento econômico girava em torno de 44 m², projetos recentes reduziram para cerca de 35 m², mantendo dois quartos e priorizando funcionalidade e qualidade de vida.

O London Plaza, na Zona Norte de Londrina, é um exemplo desse modelo. Os apartamentos contam com sacada e unidades térreas com jardim privativo. As áreas comuns incluem piscina, espaço pet, salão de festas, quadra de areia e academia ao ar livre, ampliando a vivência comunitária.

Resposta ao déficit habitacional

Apartamentos compactos bem localizados e com infraestrutura compartilhada também são uma resposta ao déficit habitacional do Brasil, que ultrapassa 5,8 milhões de moradias, segundo a Fundação João Pinheiro. A maior parte da demanda está entre famílias com renda de até três salários mínimos.

“A questão não é se 35 metros quadrados são ideais, mas se eles garantem dignidade e estabilidade para quem não consegue pagar por mais”, afirma Vevianne Jacques. “A resposta, hoje, parece ser sim, desde que com planejamento, acesso ao crédito e projetos bem pensados”.

Economia de escala e expansão no segmento econômico

Para construtoras que atuam em larga escala, a compactação também é estratégica. Em 2024, a Pride comercializou mais de 1.500 unidades pelo programa Minha Casa, Minha Vida, somando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 353 milhões. Para 2025, a expectativa é de 2.500 novas unidades, totalizando R$ 510 milhões em VGV.

Segundo Vevianne, “a lógica do mercado imobiliário compacto é econômica, permite colocar mais unidades em um terreno e ampliar o alcance social do projeto, tornando-o viável tanto para o comprador quanto para a construtora”.