O conceito Ăºnico do Axel – que esbanja estilo e tem localizaĂ§Ă£o estratĂ©gica, no badalado bairro de San Telmo – transformou o hotel em um sucesso quase imediato em terras portenhas. Aberto hĂ¡ menos de um ano, o elegante quatro-estrelas Ă© o segundo do mundo nessa categoria destinado especialmente ao pĂºblico GLS. Iniciativa que, em breve, pode chegar ao Brasil. SĂ£o Paulo e Rio sĂ£o as cidades mais cotadas para receber uma unidade da rede, que inaugurou seu primeiro hotel em Barcelona, hĂ¡ cinco anos.

Na seqĂ¼Ăªncia, o grupo voltou sua atenĂ§Ă£o para Buenos Aires, que vem sendo considerada a capital gay da AmĂ©rica Latina, e deve começar a atuar, jĂ¡ no prĂ³ximo ano, em Berlim, na Alemanha. “O Brasil tambĂ©m Ă© um destino potente para o pĂºblico gay”, diz Santi Ruiz, diretor-geral do Axel portenho. “Tanto o Rio quanto SĂ£o Paulo estĂ£o sendo avaliadas. SĂ£o Paulo Ă© mais corporativa, mas tem perfil ‘friendly’. E o Rio tem o mar como diferencial.”

A matriz de Barcelona recebeu da revista americana “The Out Traveler” o tĂ­tulo de melhor hotel gay do mundo. “Somos, na verdade, ‘heterofriendly’”, explica Ruiz. “A denominaĂ§Ă£o ‘gay friendly’, usualmente aplicada nesses casos, nĂ£o era mais adequada, jĂ¡ que demonstrava uma espĂ©cie de tolerĂ¢ncia com os homossexuais, como se eles tivessem de pedir licença para ser o que sĂ£o. O hotel foi criado por e para homossexuais, mas tambĂ©m estĂ¡ aberto aos heterossexuais.”

A unidade de Buenos Aires Ă© bastante estilosa e foi projetada para que os hĂ³spedes possam ver e ser vistos – a piscina interna, por exemplo, tem fundo transparente que dĂ¡ para o lobby e para os corredores. A idĂ©ia se repete na Ă¡rea da piscina externa, rodeada por um animado bar-deck, onde foram instaladas duchas com paredes transparentes. “SĂ£o duchas para ser admirado”, explicou um dos hĂ³spedes.

Requinte

A atenĂ§Ă£o com o design pode ser observada em cada detalhe, desde as modernas poltronas do hall atĂ© os chuveiros das suĂ­tes. A mobĂ­lia Ă© de Charles & Ray Eames, Mies van der Rohe e Eileen Gray, alguns dos mais cobiçados criadores.

Os 48 quartos e suĂ­tes contam com gigantescas camas king size – de 1,80 por 2 metros -, equipadas com confortĂ¡veis colchões de 30 centĂ­metros de altura, importados especialmente da Espanha. Nos banheiros, duchas de hidromassagem. Quem nĂ£o vive sem tecnologia tem Ă  disposiĂ§Ă£o televisores de plasma, alto-falantes iPod On Stage e conexĂ£o Wi-Fi no quarto. Se quiser mais, basta usar o business center – hĂ¡ um por andar. As diĂ¡rias custam entre US$ 150 e US$ 300 (R$ 242,98 a R$ 485,97) por pessoa.

O hotel recebe um pĂºblico majoritariamente estrangeiro. Os principais freqĂ¼entadores do Axel Buenos Aires sĂ£o os brasileiros, diz o diretor-geral do empreendimento, seguidos pelos chilenos. Em terceiro lugar estĂ£o os prĂ³prios argentinos. Os mexicanos ocupam o quarto posto. Mulheres nĂ£o chegam a 10% dos hĂ³spedes.

“Please, disturb me”

Casais GLS sĂ£o mais da metade dos clientes. Mas os que estĂ£o sozinhos contam com uma ajuda extra para encontrar companhia. É que o Axel criou um cartĂ£o bem peculiar para pendurar na porta dos quartos. AlĂ©m dos tradicionais “Do not disturb” (nĂ£o incomode) e “Please, clean my room” (por favor, limpe o quarto), o hotel distribui o “Please, disturb me” (por favor, me incomode).

A maioria dos hĂ³spedes estĂ¡ em Buenos Aires para fazer turismo. “Alguns, no entanto, vĂªm a negĂ³cios. Mas, como muitos deles nĂ£o estĂ£o definidos oficialmente como gays, apresentar uma fatura do Axel poderia ser complicado”, conta Ruiz.

San Telmo

O hotel foi estrategicamente instalado em San Telmo, um bairro tradicional que estĂ¡ entre os preferidos do pĂºblico GLS. Por causa dos visitantes, a regiĂ£o hoje conta com restaurantes e bares gay friendly, alĂ©m de boates e casas de show especĂ­ficas. AntiquĂ¡rios, galerias de arte e lojas de roupas modernas completam o interessante mix de San Telmo.

De acordo com Ruiz, o Axel pode ajudar a transformar o bairro portenho em uma versĂ£o do conhecido Chueca, Ă¡rea mais GLS de Madri. Isso porque o empreendimento consegue atrair tambĂ©m quem estĂ¡ hospedado em outros locais, graças ao restaurante badalado, ao show de jazz realizado Ă s quintas-feiras e ao brunch dos domingos. “Aqui, todo mundo pode se mostrar como Ă©. NinguĂ©m julga ninguĂ©m.”

Axel: www.axelhotels.comÂ