
E quando o chuveiro não esquenta bem no dia mais frio do ano? Nesta terça-feira (24), Curitiba registrou a temperatura mais fria do ano, com sensação térmica de -5,4ºC. Claro, nesses momentos um banho bem quente cai muito bem, mas ele depende de um bom aquecedor.
O arquiteto Bruno Moraes, especialista nisso, dá algumas dicas sobre a instalação de aquecedores. Nos edifícios novos, é muito comum se deparar, na área de serviço, com a estrutura deixada pela construtora para a instalação do aquecedor de água que abastecerá o chuveiro e as torneiras do apartamento. Nos dias mais frios, ele é um grande aliado para o bem-estar de usufruir de banhos quentes e de não se deparar com a água com baixa temperatura nas atividades diárias.
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A busca por marca ou preço deve acontecer depois do entendimento sobre a vazão necessária para o projeto, o tipo de gás e o número de pontos de água quente que poderão ser acionamentos concomitantemente. “Entender esses fatores é essencial para não conviver com problemas e precisar trocar o modelo em um futuro próximo“, avalia.
Tipos de aquecedores de água
De acordo com o profissional, o mercado dispõe de diversos tipos de aquecedores, cada um com características específicas, e a decisão da tipologia depende do tipo de imóvel, da disponibilidade de energia – gás ou solar –, o consumo estimado e o orçamento disponível.
Em apartamentos, o modelo a gás, seja natural ou GLP, é comumente empregado em duas versões: de passagem, mais compacto e com aquecimento instantâneo ou o de acumulação, com boiler. Já o solar emprega placas que captam a energia do sol e a armazena em um boiler térmico. “O sistema é sustentável e econômico a longo prazo, mas requer maior investimento inicial e espaço para a instalação das placas, sendo mais comum em casas térreas ou sobrados“, orienta Bruno. Ele também esclarece que, em projetos de arquitetura erguidos do zero, é possível avaliar a viabilidade de outros sistemas.
E quando falamos de vazão?
A vazão, medida em litros por minuto (l/min), é o primeiro dado técnico a ser averiguado. De forma simples, o arquiteto explica que essa medida determinará quantos pontos de água quente podem funcionar ao mesmo tempo, mas o cálculo ainda varia de acordo com o tipo.
Em sistemas de passagem ou gás, a conta é direta: soma-se a vazão dos pontos que serão usados ao mesmo tempo. Por outro lado, em sistemas de acumulação, como a solar, bomba de calor ou boiler a gás, a matemática considera o número de banhos por dia e o tempo entre usos. “Nesses casos, é fundamental prever a capacidade de armazenamento e o tempo necessário para reaquecimento da água“, delibera.
O arquiteto exemplifica sobre a conta a ser realizada: considerando que uma ducha apresenta a vazão de 13 litros e o morador tenha a intenção de ter o funcionamento simultâneo para dois banhos, o aquecedor deve ter uma capacidade mínima de 26 litros por minuto.
Além dos chuveiros, é preciso incluir os outros pontos de consumo como a torneira da cozinha e dos banheiros. “Vale ressaltar que, quanto maior a vazão, mais robusta deve ser a estrutura do aquecedor, incluindo dutos de exaustão e alimentação de gás compatível”, orienta.
Cuidados com a instalação
Bruno diz que tudo depende da infraestrutura presente no local e relata que em apartamentos novos a construtora entrega os conduítes e grelhas de ventilação prontos, o que, de certa forma, limita a liberdade de escolha do morador. “E sempre se concentram na área de serviço tanto pela ventilação, importante para o caso de possíveis vazamentos, e para que fique em uma posição mais discreta“, observa.
“Por se tratar de um item delicado, que pode arranhar durante a obra, preferimos incluir o aquecedor juntamente com os eletrodomésticos, em uma fase que não tenha mais quebra-quebra. Geralmente a instalação é rápida e não demora“, comenta o arquiteto.
Todavia, ele ressalta que a contratação de mão de obra qualificada, com orientações do fabricante ou de um profissional autorizado, é essencial para a segurança e garantia. Além disso, o espaço deve ser permanentemente ventilado, com grelhas fixas voltadas para o lado externo da edificação.
“Essa circulação de ar precisa ser muito bem planejada e não pode ter falhas, pois envolve riscos à saúde“, adverte.
Troca e manutenção do aquecedor
A durabilidade dos aquecedores varia de acordo com o modelo e a manutenção, mas em geral os aparelhos a gás podem durar mais de 15 anos. Ainda assim, a troca pode se tornar necessária caso o número de pontos de uso aumente ou se houver sinais de falhas frequentes, demora para aquecer a água ou ruídos anormais.
Para evitar surpresas desagradáveis, recomenda-se a manutenção periódica, pelo menos uma vez por ano, com uma assistência técnica autorizada. Segundo Bruno, o check up deve incluir a limpeza interna, verificação das conexões e a checagem dos sensores e do duto de exaustão.