A curitibana Marília S. Zellner Gonçalves é a embaixadora do Brasil na Eslováquia. A embaixada foi aberta em Bratislava no ano 2008 e desde 2010 começou a operar o setor comercial, com a Associação Comercial Luso-Brasileira, que não existe nem mesmo em Viena (Áustria). A importância de Bratislava para nosso país está no turismo de negócios, no intercâmbio entre estudantes do Brasil e da Eslováquia que estudam medicina e arqueologia e nos estágios de aperfeiçoamento de quem já completou estudos.A Embraco, Microjuntas, SRW e empresa de soldas e usinados já estão instaladas na Eslováquia. Os brasileiros também trabalham na IBM, Dell e Call Centers.
Para atender aos imigrantes temporários, faz sucesso a churrascaria Leblon, que introduziu no país o sistema de rodízio de carnes, coisa desconhecida até então.
Embora a Eslováquia tenha apenas 18 anos como estado soberano, a história da região remonta ao 5º século depois de Cristo. Cidade real desde 1291 foi, durante 300 anos, o lugar onde os reis da Hungria eram coroados. Tem apenas 426.927 habitantes, mas conta com 11 universidades e grandes escolas, 20 museus, 80 galerias de arte.
A tradição musical está ligada a Mozart, Beethoven, Liszt e hoje realiza festivais importantes, como as Festas Musicais de Bratislava, Jornadas de Jazz e Verão Cultural nas ruas da cidade.
Palácios aristocráticos, instituições culturais, raridades como a farmácia U cerveného raka, do século XVI, ou a casa rococó Ao bom pastor com acervo de relógios antigos, igrejas de várias épocas, restaurantes típicos, locais que primam pela culinária
moderna, cafés, tavernas para que se provem os vinhos dos Cárpatos, gente jovem e animada, tudo concorre para fazer de Bratislava parte de uma viagem pela Europa central.
DESCOBRINDO O INTERIOR
Nos arredores, vale visitar o castelo Devin, o mais antigo documentado por escrito na Eslováquia. São ruínas monumentais situadas na confluência do Danúbio e do Morava. Importante é conhecer o Danubiana Meulensteen Art Museum , com suas esculturas ao
ar livre. No Elesko Wine Park, de linhas modernas, o Zoya Museum tem como acervo trabalhos de Andy Warhol.O restaurante e wine bar Elesko fazem parte do programa , com degustação de vinhos no roteiro.
No Castelo Pezinok, distante 19 quilômetros de Bratislava, está em exposição para degustação a Coleção Nacional de Vinhos da Eslováquia, onde também podem ser comprados os vinhos escolhidos, entre as 100 variedades apresentadas. O projeto pretende colocar em um único lugar toda a história e tradição de vinhos do país, permitindo que os visitantes tomem conhecimento das diferentes variedades, façam degustação e entendam a qualificação EU, ISSO e DIN. Os vinhos premiados são exibidos ‘a parte e podem ser adquiridos no local, juntamente com livros especializados, souvenirs e acessórios para sommeliers. O projeto foi financiado pela União Européia e é operado pela União de produtores de vinho da Eslováquia. A Pequeno Carpatos é a maior do país, com seis regiões que mantém vinhedos nas montanhas há mais de dois mil anos. Green Veltiner, Silvaner, Riesling, White Ruland e Müller-Thurgau predominam entre as variedades brancas. A colheita é feita em setembro, um evento nacional que atrai turistas também do exterior. Em novembro é a festa, com abertura das caves nos dias dedicados a St. Martin em novembro e a St. Urban, em maio. A Rota do Vinho inclui Bratislava, Svaty Jur, Pezinok e Modra, vilas com casas típicas e culinária regional. Uma visita de degustação de 90 minutos custa 16,99 euros por pessoa; degustação de cinco vinhos brancos e cinco vinhos tintos, 9,99 euros; visita das caves subterrâneas, 0,50 euro. Funciona de terças a domingos, das 10 ‘as 18 horas. Veja no www.nsvsr.sk
Em Modra Pezinok o programa é comprar cerâmicas pintadas a mão. Visitar um dos ateliers de artesãos é boa experiência. Vendo preparar o barro e a criação de uma peça, tudo parece muito fácil. Mas é experimentando, que se entende porque os preços não são tão baratos assim. Secar o barro, fazer glasura, pintar, secar, queimar várias vezes, tudo isso requer talento, paciência e muita dedicação. Os motivos da decoração são tradicionais, de muitos séculos e influência de várias culturas. As peças são vendidas com certificado, o que garante a autenticidade. Um prato clássico, com bordas rendadas e pintura em azul, custa cerca de 70 reais. A Renka Ltd. oferece roteiros com caves de vinhos com mais de quatrocentos anos, e um festival gastronômico para grupos de no mínimo quinze pessoas. O roteiro inclui também visita ‘as manufaturas de cerâmica. Veja no www.majolika-r.sk .
TERRA DE CASTELOS E PALÁCIOS
Ninguém ainda definiu a época em que surgiram as primeiras pedras dos castelos na Eslováquia. Mas na colina de Bratislava as primeiras moradias permanentes foram construídas há 4000 anos. O edifício mais antigo do país é o Roman Constancy Gerulata, hoje conhecido como Rusovce, parte de Bratislava. Cerca de 200 vilas e cidades eslovacas se orgulham das fortalezas e castelos medievais, construídos para assegurar as rotas do comércio.
Distante 45 km de Bratislava fica o Cerveny Kamen, Castelo das Pedras Vermelhas, cuja atração principal são as caves imensas, do século XIII e a fortificação que foi erguida seguindo um desenho de Albrecht Dürer . O castelo faz parte da herança cultural da Europa. Construído no século 13 pela rainha Konstancia, filha do rei Bela III, da Hungria, é um dos castelos mais visitados da Eslováquia. A arquitetura é única em toda a região da Europa Central. Os visitantes encontram em exposição móveis históricos, armas antigas, galeria de arte, capela e uma farmácia de época. A parte mais importante é a incrível adega do castelo, a maior da Europa Central e que vale bem uma visita. Dividida em duas alas, uma delas tem 70 metros de comprimento e 9 metros de altura. No passado, servia para estocar vinhos e alimentos. Hoje, graças ‘a sua excelente acústica, é usada para concertos e eventos especiais. O castelo pode ser alugado para feiras de antiguidades, festivais, casamentos e outros eventos e hoje pertence ao Museu Nacional Eslovaco (www.senm.sk)
Em Bratislava, estrategicamente localizado no alto da colina, dominando o Danúbio e Bratislava, o Castelo foi erguido onde se instalaram os celtas. Reconstruído várias vezes durante o período gótico e renascentista e também durante o reinado de Maria Theresia, hoje é sede do acervo do Museu Nacional Eslovaco e sua última reconstrução foi terminada há pouco tempo. O pátio e a primeira sala de exposições ficam abertos ao público.
Um dos sítios arqueológicos mais importantes da Eslováquia é o Castelo Devin, monumento nacional, erguida sobre a rocha, na confluência dos rios Morava e Danúbio. Durante séculos, foi testemunha da ocupação Celta e Romana, e durante o período do Grande Império da Moravia foi o castelo-fortaleza na fronteira. Somente o exército de Napoleão conseguiu destruí-lo, em 1809. Hoje permite uma vista panorâmica sobre a paisagem e também da vizinha Áustria. Fica a 20 minutos da capital. Quem prossegue até as Montanhas dos Cárpatos Devin, no oeste de Bratislava, encontra trilhas naturais, vegetação e insetos raros. No monte Sandberg foram encontradas fósseis de 16 milhões de anos. A vegetação e fauna local só existem naquela região.
REGIÃO DE BRATISLAVA
A superfície é de 2.052.6 quilômetros quadrados , abrigando 73 vilas. São sete as aglomerações urbanas: Bratislava, Malacky, Stupava, Sväty Jur, Pezinok, Modra, Senec. Bratislava é capital da república eslovaca e tem em torno de 430 mil habitantes. A região toda tem 610.850 habitantes, resultando em 294 habitantes por quilômetros quadrado. A história, cultura e civilização variada originaram o título de triângulo de ouro, unindo três grandes capitais da Europa Central: Viena, Budapeste e Bratislava. Fazendo fronteira com a Áustria e Hungria, tem ao norte os Cárpatos e ao sul o Danúbio. A capital fica junto de três regiões típicas: Záhorie, Pequenos Cárpatos (Malokarpatská oblast) e Bacia do Danúbio ( Podunajsko). A história da região tem milênios a serem contados, tendo sido o cruzamento das rotas de comércio ligando o Báltico ao Sul da Europa e Oriente com o interior do continente europeu. Até hoje continua sendo um ponto estratégico na Europa. Bratislava é o centro do comércio, das instituições bancárias e de serviços, sede das altas instituições da República Eslovaca. Cidade Real livre desde 1291, foi durante três séculos o lugar de coroamento dos reis da Hungria. Teve o privilégio de inaugurar a primeira universidade de ciências humanas – a Academia Istropolitana – fundada pelo rei Matej I Korvin (1465); de edificar a primeira Prefeitura, no século 15, o palácio Apponyi de estilo rococó que abriga o mais antigo museu municipal (1868); de abrir o primeiro jardim público da Europa (1776), hoje chamado parque Janko Král, nas margens do Danúbio. Entre palácio aristocráticos, como o de Mirbach e o Páffy, que abrigam exposições da Galeria da Cidade, o histórico Teatro Nacional (1886) e a Redoute, sede da Filarmônica, se destaca a catedral gótica de St. Martin, onde foram coroados 10 reis, uma rainha (Marie Theresia) e 8 esposas reais até 1830; a Igreja dos Franciscanos, Igreja das Clarissas e a Igreja Azul, em estilo Art Nouveau.
MODERNIDADE
Danubiana é uma quase ilha distante 15 quilômetros do centro de Bratislava, inaugurada em 9 de setembro de 2000 como o mais novo museu de arte moderna da Europa. O museu, que tem o nome por causa do Danúbio que o contorna, é a realização de um sonho do colecionador holandês Gerard H. Meulensteen e do diretor de galeria eslovaco Vincent Polakovic. A arquitetura inovadora fica na fronteira da Eslováquia, Áustria e Hungria, mas o que impressiona mesmo é a extensão das águas do rio em seu entorno, e a galeria ao ar livre. No interior do prédio fica a galeria de arte contemporânea, com quadros ‘a venda dos principais artistas internacionais. O complexo é completado por loja com livros de arte e souvenirs, centro áudio visual, sala de leitura. Na parte que dá para o jardim funciona o Art Café, permitindo que os usuários fiquem perto do Danúbio. Um parque de oito mil metros quadrados é cenário para exibição de esculturas imensas, assinadas por Magdalena Abakanowicz, Arman, Jim Diune, Sam Francis, Karel Appel, Hans Van de Bovenkamp, Rein Dool, além dos eslovacos Erna Masarovicová, Tibor Bártfay, Vladimir Kompánek, Andrej Rudavsky e Jozef Jankovic. Danubiana é a a combinação perfeita de obras de arte, arquitetura moderna e natureza, única na Eslováquia e na Europa.(www.danubiana.eu)
Mas arte moderna pode ser encontrada também em uma vinícola. O Zoya Museum faz parte do Elesko Wine Park, em Modra. O visitante pode fazer uma degustação de vinhos na vinícola, almoçar no excelente Elesko Restaurant & Wine Bar e apreciar a coleção de quadros e serigrafias de Andy Warhol, artista que nasceu em 1928 em Pittsburg, de pais imigrantes do nordeste da Eslováquia (Mikova).Seu verdadeiro nome era Andrew Warhola.Depois da morte de seu pai, viveu sempre com a mãe, que nunca aprendeu a falar inglês e só falava ruteno. Sua primeira ilustração apareceu na edição de 1951 da Harper’s Bazaar. No ano seguinte fez a primeira exposição em Nova York. A exposição permanente de 100 obras originais do rei da pop art no Zoya Museum é atração e o museu é o maior de propriedade privada na Europa, com mais de mil metros quadrados de área. (www.zoyamuseum.sk)
Mais arte moderna: desta vez junto do shopping Eurovea, que abriga também o hotel Sheraton e fica na beira do rio, com jardins, bares e restaurantes. Lá funciona também a churrascaria Leblon, com o já famoso rodízio de carnes.
A boa opção de hospedagem é o Crowne Plaza, bem localizado, próximo ao centro antigo.
Para experimentar a culinária eslova, o Flowers Restaurant & Wine Bar, no centro antigo, faz parte da renovação da cidade.