Catarata
Catarata (Crédito: Divulgação/Adobe Stock)

Você sabia que entre 60% e 75% dos casos de cegueira e baixa visão poderiam ser evitados se houvesse diagnóstico precoce e tratamento adequado? Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) revelam que o Brasil tem cerca de 1,1 milhão de pessoas cegas e outros 4 milhões de deficientes visuais graves. Em todo o mundo, os índices são ainda mais assustadores: são cerca de 75 milhões de cegos e outros 225 milhões com baixa visão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Abril é o mês dedicado à uma grande campanha de conscientização e combate às doenças que causam cegueira, o Abril Marrom. A iniciativa surgiu em 2016 pelas mãos do Prof. Dr. Suel Abujamra, doutor em oftalmologia e ex-presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. O marrom foi escolhido por ser a cor de íris mais comum nos brasileiros.

Catarata lidera “ranking” entre doenças que causam cegueira

A catarata está em primeiro lugar entre as doenças oftalmológicas que podem levar à cegueira, com 47,8% dos casos evoluindo à perda total da visão. O problema é caracterizado pela perda progressiva da transparência do cristalino (considerado a lente natural do olho). Os casos mais graves podem ser revertidos através de cirurgia. O procedimento normalmente é rápido e indolor, com ótimos resultados.

Em segundo lugar aparece o Glaucoma, problema provocado pela elevação da pressão ocular. O Glaucoma não tem cura e pode levar à cegueira senão for diagnosticado a tempo e tratado de maneira adequada. É a segunda maior causa de cegueira no mundo, sendo responsável por 12,3% dos casos de perda de visão em adultos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 80 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com a enfermidade, cerca de 1% a 2% da população mundial. No Brasil, estima-se que o Glaucoma atinja cerca de 1 milhão de pessoas. As projeções não são nada animadoras: a OMS estima que 115,5 milhões de pessoas podem sofrer com o problema em 2040.

Outras doenças da visão que podem levar à cegueira:

Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) – Doença do fundo do olho que provoca lesão e desgaste na parte central da retina, chamada de mácula. Deixa a visão embaçada e faz surgir uma mancha escura nos olhos. A DMRI acomete pessoas acima de 50 anos, sendo uma das causas mais comuns de perda irreversível da visão central nos idosos, afetando tanto homens quanto mulheres.

Retinopatia Diabética

Caracterizada por uma lesão nos pequenos vasos sanguíneos que nutrem a retina – região do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro. A Retinopatia Diabética ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão muito elevados, propiciando dilatações e rompimentos das veias. A pessoa passa a ver pontos ou manchas fluentes, tem dificuldade de distinguir cores e enxergar à noite

Descolamento de retina – Emergência oftalmológica, ocorre quando a retina se descola da camada de vasos sanguíneos que fornecem o oxigênio e os nutrientes necessários. Os sintomas incluem o aparecimento de vários pequenos fragmentos (moscas volantes), flashes de luz repentinos ou sombra no campo de visão. Geralmente, o tratamento médico imediato pode salvar a visão no olho.

Prevenir é necessário

Para o oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, Dr. Tiago Chichetti, a prevenção e consultas periódicas com um oftalmologista são essenciais para diminuir os índices de pessoas com cegueira ou baixa visão. “Nas consultas de rotina, podemos detectar algumas doenças que podem levar à cegueira, como o Glaucoma, por exemplo. Vários casos que evoluem até a cegueira poderiam ser evitados se houvesse diagnóstico precoce e tratamento adequado. Para quem não tem problema de visão, o ideal é se consultar no mínimo uma vez por ano. Quanto antes uma doença oftalmológica for detectada, maiores são as chances de tratamento e controle, evitando a perda total da visão”, explica Chichetti.