22770500_1660811243950360_4575329548895750817_o
Calistenia (Divulgação)

A calistenia é uma modalidade de treinamento baseada no peso do próprio corpo e que está com mais projeção no Brasii. Segunda especialistas, é uma prática democrática, capaz de atender desde jovens em busca de performance e estética até idosos que desejam manter a mobilidade e independência no dia a dia.

A prática de exercícios que parecem uma mistura de ginástica artística com elementos do circo e do parkour segue como as principais tendências fitness dos brasileiros em 2025, segundo a conclusão do levantamento anual Worldwide Fitness Trends, do ACSM (Colégio Americano de Medicina Esportiva).

Segundo o professor Felipe Kutianski, a grande força da calistenia está na adaptação para diferentes faixas etárias. “Para jovens e adultos, conseguimos explorar movimentos mais dinâmicos e progressões que desafiam força, coordenação e estética corporal. Já no caso dos idosos, o foco é na funcionalidade para que a sua prática melhore a mobilidade, equilíbrio e força básica para as atividades do dia a dia”, explica. 

“Apesar de também focar no ganho de massa muscular, a calistenia não usa pesos, como anilhas e halteres, e nem aparelhos. O treino é feito principalmente com a resistência do peso corporal”, complementa. 

Essa versatilidade é possível porque os exercícios se ajustam a partir de variáveis como intensidade, amplitude e suporte. Com pequenas adaptações, o mesmo exercício pode ser feito por qualquer pessoa, respeitando seu nível de condicionamento.

Outro diferencial é a segurança. Apesar de não exigir equipamentos, a modalidade pede atenção à técnica e progressão gradual. “Se a pessoa não consegue executar um movimento completo, trabalhamos com regressões, como a flexão apoiada em banco. Além disso, o cuidado com o aquecimento, volume de treino e respeito aos limites articulares reduzem o risco de lesões”, destaca Kutianski.

O resultado desse formato inclusivo é a popularização da calistenia em diferentes idades. Jovens enxergam na prática uma alternativa à academia tradicional, enquanto pessoas acima dos 40 e 50 anos descobrem um treino acessível, motivador e sustentável, que pode ser feito em casa, no parque ou em espaços públicos. “A calistenia deixou de ser ‘coisa de jovem’ e se consolidou como uma prática inclusiva, científica e com benefícios reais para todas as idades”, completa Kutianski.

Dicas rápidas: como adaptar a calistenia à sua faixa etária

Jovens (adolescentes e jovens adultos): trabalhar sempre a técnica primeiro, não só quantidade de repetições; explorar exercícios básicos como flexões, agachamentos e barras, que constroem a base de força; e ter constância, mas evitando excessos, porque nessa fase é comum a empolgação levar a sobrecargas.

Adultos: usar a calistenia como ferramenta de equilíbrio entre estética e saúde, adaptando volume conforme rotina; incluir treinos curtos e intensos (10–20 minutos) para manter a frequência, mesmo com pouco tempo; e dar atenção à mobilidade para não perder qualidade de movimento.

Idosos: priorizar segurança e apoio. Começar com exercícios assistidos (cadeira, parede, elástico); focar em movimentos que melhorem equilíbrio e força funcional, como sentar e levantar da cadeira, apoios e passos controlados; e manter regularidade com treinos leves, mas consistentes, porque o impacto na autonomia e qualidade de vida é enorme.