
Ao degustar um bom vinho tinto, poucos esperam ser brindados com uma dor de cabeça persistente no dia seguinte. Por décadas, especulações sobre os culpados por trás desse incômodo têm rondado os apreciadores da bebida, desde aminas até sulfitos. No entanto, um novo estudo científico traz à tona uma possível resposta, apontando para um flavonoide específico como o verdadeiro responsável: a quercetina. Enquanto isso, fatores como a qualidade do vinho, processos de fabricação e até mesmo predisposições genéticas entram em jogo nesse enigma das dores de cabeça após a degustação de vinho tinto.
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Causa
O flavanol responsável por esse fenômeno é chamado de quercetina, presente naturalmente em vegetais e frutas, como as uvas utilizadas para a produção de vinho tinto. Considerado um antioxidante saudável, a quercetina, quando metabolizada com álcool, pode tornar-se problemática.
Acúmulo de toxina
A metabolização da quercetina com álcool pode levar ao acúmulo de acetaldeído, uma substância irritante e inflamatória. Elevados níveis de acetaldeído estão associados a sintomas como rubor facial, dores de cabeça e náuseas.
Luz do sol
Os níveis de quercetina no vinho tinto podem variar significativamente devido a fatores como exposição à luz solar durante o cultivo das uvas e processos de produção, incluindo fermentação, contato com a pele das uvas e técnicas de envelhecimento.
Experimentos
O próximo passo dos cientistas é comparar vinhos tintos com diferentes teores de quercetina para testar a relação entre este flavanol e as dores de cabeça após o consumo. Financiado pela Wine Spectator Scholarship Foundation, um ensaio clínico liderado pela Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) busca esclarecer ainda mais esse fenômeno. Apesar dos avanços, permanecem incógnitas sobre porque algumas pessoas são mais suscetíveis às dores de cabeça induzidas pelo vinho tinto do que outras, deixando em aberto se as enzimas das pessoas afetadas são mais facilmente inibidas pela quercetina ou se há outras razões subjacentes à sensibilidade à acumulação de acetaldeído.