Muitas vezes deixado num canto escuro da casa, à margem da sociedade, o deficiente mental severo é mantido dessa forma pela família, geralmente com baixo nível de escolaridade, sem recursos e conhecimentos para atender as necessidades do indivíduo. A deficiência não é uma doença mental, é sim uma dificuldade de aprendizagem nos hábitos de sobrevivência que envolve as atividades da vida diária, socialização e de conteúdos escolares.

 

A deficiência mental grave é um sério comprometimento neurológico, normalmente adquirido nos primeiros meses de vida. Se for comparar com o desenvolvimento de uma criança comum, o deficiente mental severo consegue atingir no máximo a idade de 3 anos. Na Escola São Francisco, mantida pela Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Especial (Afece), são atendidos 107 cidadãos especiais portadores de deficiência mental severa associada ou não a outras deficiências.

 

O médico psiquiatra e responsável pelo setor na Escola, Lincoln César Andrade, explica que quanto mais cedo a deficiência se manifestar, mais graves serão os comprometimentos no seu crescimento. As causas são muitas, como desnutrição materna e doenças contagiosas. Há casos na Escola de educandos que contraíram a deficiência por conta de uma má alimentação na infância.

 

Segundo o especialista, quanto mais grave for os comprometimentos, maiores serão as incidências de distúrbios de comportamento, que são um reflexo da incapacidade de se adequar ao ambiente. Os distúrbios, ou condutas típicas, podem se manifestar como ansiedade, insônia e dificuldade para desenvolver os sentidos. As condutas também se desenvolvem em doenças mais graves, como a depressão e a epilepsia, entre outras.

 

A deficiência mental severa é irreversível, não tem cura e o portador necessita de cuidados nas áreas de saúde, educação e assistência social por toda a vida. Além disso, o cidadão especial precisa de atenção para ser inserido na sociedade e conseguir, apesar das limitações, desenvolver ao máximo o seu potencial.

 

 

A Associação

 

A Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Especial (Afece) é a mantenedora da Escola Especial São Francisco, que atende gratuitamente 107 portadores da deficiência mental severa, associada ou não a outras deficiências. A entidade investe hoje na construção da sua nova sede para acabar com a lista de espera por uma vaga, que tem mais de 100 pessoas de Curitiba e Região Metropolitana.

 

A Afece fica à Rua Paulo Turkiewicz, 668, Tarumã, Curitiba – Paraná. Para conhecer mais e investir no trabalho da entidade, ligue para o telefone (41) 3366.5212.