O Dia Mundial do Amor, celebrado nesta sexta-feira (14), é tradicionalmente uma data de trocas de presentes e declarações românticas. No entanto, o Valentine’s Day também é uma excelente oportunidade para refletir sobre os relacionamentos e as emoções que eles envolvem.
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Uma das principais dúvidas que surgem quando experimentamos um sentimento romântico é como distinguir o amor da paixão. Embora ambos sejam intensos, a psicologia explica que eles têm naturezas diferentes e evoluem de maneiras próprias.
Para esclarecer essas questões, conversamos com Lígia Kaori Matsumoto, psicóloga do Hospital Dia M’Boi Mirim I, gerido pelo CEJAM, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. Confira a seguir suas respostas às principais dúvidas sobre esses sentimentos.
Como a psicologia define amor e paixão? Como podemos diferenciá-los?
“É uma questão complexa”, explica Lígia. “De maneira geral, a paixão é vista como uma idealização, um retrato mágico da perfeição. Ela surge de forma avassaladora, desestabilizando nosso equilíbrio e até mesmo nossa respiração. A paixão está ligada à liberação de dopamina e adrenalina, e, por isso, tende a ser passageira, momentânea e limitada.”
Já o amor, segundo a psicóloga, “costuma ser mais tranquilo, sem grandes idealizações. Ele leva ao apego, à afeição e à afinidade por outra pessoa. No entanto, o amor exige tempo, convivência e dedicação.”
A paixão pode se transformar em amor?
A paixão pode evoluir para o amor, mas isso depende da afinidade entre as pessoas e da forma como a relação é cultivada. Para isso, é preciso compromisso, dedicação e um alinhamento entre os dois envolvidos.
Quais são os sinais de que uma relação pode estar se tornando prejudicial?
Embora a paixão possa ser maravilhosa, nem toda paixão é saudável. Lígia alerta para a necessidade de estar atento a sinais como falhas na comunicação, dependência emocional, ciúmes excessivos e tentativas de controlar o outro. Essas características podem indicar um relacionamento tóxico e destrutivo, e é fundamental acender o sinal de alerta antes que a situação se agrave.
Existe uma idade mais propensa para se apaixonar de forma intensa?
Devido aos fatores hormonais, a adolescência é uma fase em que as pessoas tendem a vivenciar paixões mais intensas e avassaladoras. Esse é um momento natural de descobertas emocionais e afetivas.
Quando o amor tende a ser mais maduro?
À medida que amadurecemos, o amor se torna mais consciente. “Com o tempo, aprendemos mais sobre nós mesmos, e nossas escolhas de parceiros tendem a refletir mais os nossos valores e prioridades, tornando o relacionamento mais sólido e equilibrado”, diz Lígia.
Quais conselhos a psicologia oferece para quem quer construir um relacionamento saudável e duradouro?
A psicóloga recomenda alguns pilares para construir uma relação amorosa saudável, como: comunicação aberta, respeito pela individualidade de ambos, empatia, confiança mútua, cultivo do afeto e da intimidade. Além disso, quando surgirem conflitos (o que é natural em qualquer relação), é essencial que as partes envolvidas busquem resolução e não ignorem os problemas. “Relacionamentos saudáveis exigem atenção e esforço constante de ambos”, afirma Lígia.
As redes sociais e aplicativos de relacionamento têm influenciado a forma como vivemos o amor e a paixão hoje em dia?
Sim, a internet tem transformado as relações. “A facilidade de acesso a muitas pessoas pode levar à fragilidade dos vínculos, ao desinteresse rápido e ao menor comprometimento”, alerta Lígia. Ela destaca que, embora a comunicação virtual facilite o contato, ela não substitui o encontro presencial, que é essencial para uma conexão genuína. No entanto, a internet também pode ajudar a conectar pessoas com interesses semelhantes, facilitando o encontro de almas compatíveis.
Lígia reforça, no entanto, que é necessário cuidado para não criar expectativas irreais. “É possível encontrar alguém bacana na internet, mas é preciso ter a intenção de vivenciar um relacionamento real, longe das telas”, conclui.