
A medicina avança, mas há algo que permanece central na busca por saúde, o estilo de vida.
Para a endocrinologista, especialista em metabologia e neurociências, Dra. Jacy Maria Alves, os hormônios, peças-chave na regulação de quase todas as funções do organismo, são mais sensíveis à rotina do que muita gente imagina.
“Hoje já sabemos que a qualidade do sono, a exposição à luz azul, o excesso de estímulos digitais e a alimentação ultraprocessada têm efeitos profundos no eixo hormonal. Cortisol, melatonina, insulina e hormônios sexuais são constantemente afetados por isso”, explica a coordenadora de Pesquisa Médica do CPAH (Centro de Pesquisa e Análises Heráclito), responsável por estudos que analisam o impacto direto do cotidiano na saúde hormonal.
Sua rotina está ligada à sua saúde hormonal
É um erro reduzir os fatores ligados à saúde hormonal há alguns pontos específicos, é importante entender isso como um processo mais global.
“Não se trata mais apenas de uma orientação de bem-estar. O estilo de vida está sendo cada vez mais entendido como um fator clínico, com papel direto em diagnósticos e tratamentos”, ressalta a Dra. Jacy Alves.
Segundo ela, as desregulações hormonais que antes eram atribuídas apenas a causas genéticas ou fases da vida, como menopausa, andropausa ou doenças da tireoide, agora são cada vez mais associadas ao modo como vivemos.
“Existe uma conexão entre cérebro, hormônios e rotina que ainda é pouco explorada na medicina tradicional, mas que precisa ser discutida com profundidade”, defende.
“Nossos hormônios, nosso organismo e a nossa saúde respondem à forma como vivemos. E entender isso com base em evidência científica é o primeiro passo para uma medicina mais preventiva, personalizada e eficaz. Não é sobre mudar tudo da noite para o dia, mas sobre ajustar hábitos com consciência e constância”, conclui a Dra. Jacy Alves.