Quiz: diga o que Leonel Messi, os Irmãos Muçulmanos (Egito) , Tony Blair (Inglaterra), Iberola, a loja Harrod´s (Inglaterra) os carros Porsche, David Beckmann, Banco Santander, o Fútbol Club Barcelona, resistência islamista na Síria, Iñaki Urdangarín, marido da princesa filha do rei da Espanha, e até o ex-presidente Sarkozy e as lojas Printemps de Paris têm em comum.
Resposta: todos recebem, ou receberam, dinheiro do Qatar, o país mais rico do mundo, cujo produto interno bruto anual é de 75 mil euros per capita, duas vezes mais do que o dos Estados Unidos e dez vezes mais do que a China. A população, excluindo os imigrantes, é de 250 mil qataris, quando então o PIB sobe para 525.000 euros anuais por pessoa.
É bom não esquecer: em fins dos anos 90 o pequeno país pedia dinheiro emprestado para poder pagar seus funcionários…
Prepare seu coração, você também vai fazer amizade com Qatar. A National Airline of the United Arab Emirates, – Etihad Airways ( Etihad quer dizer União, em árabe) – com apenas oito anos de existência (foi fundada em 2003), já faz 1000 vôos semanais servindo 84 destinos no Oriente Médio, África, Europa, Ásia, Austrália, América do Norte e participa com 30% da Airberlin ( sexta maior na Europa), e 40% da Air Seychelles, além de Virgin Austrália e Air Lingus. É a companhia aérea que mais cresceu na história da aviação comercial e foi considerada a melhor – World´s Leading Airlines- por 4 anos consecutivos: 2009, 2010,2011 e 2012. Vai iniciar vôos de Abu Dhabi para o Brasil em junho.
No início serão 3 frequências semanais, passando já em julho para saídas diárias do A340-600 para a capital dos Emirados Árabes. Chega já com posição de vantagem, disputando mercado com a Emirates e Qatar Airways. Pretende chegar a uma ocupação de 80% nos vôos, com sua Primeira Classe de 12 suites, atendida por chef de cuisine a bordo, servindo o que há de melhor na culinária internacional e regional. A Business Class terá presença de um food and beverage manager, para melhor atender aos clientes. E na classe econômica vai oferecer serviços além das expectativas. Afinal são 15 horas de vôo até Abu Dhabi e o conforto no caso é coisa essencial e o luxo será um plus. Também no Qatar os brasileiros vão encontrar excelência em serviços, com segurança e hotéis de sonho. A Etihad transportou 10.3 milhões de passageiros em 2012. Além de São Paulo, vai voar também para Amsterdã, Ho Chi Mihn e Saigon.
O emir Hamad tem um grande projeto, o Qatar National Vision 2030, para dominar o panorama global em todos os sentidos. O projeto está apoiado em grandes eventos esportivos internacionais, como a Copa do Mundo em 2022 e na diplomacia do país. Educação, financiamento de projetos ao redor do planeta, tudo será baseado em uma das maiores reservas de gás do mundo. O emir de 61 anos, tem 3 esposas e 24 filhos. Em 1995 destronou seu pai e procurou modernizar o país de 250 mil almas. O Qatar foi invadido em 1990 pelo Kuwait, mas inaugurou um ano depois a televisão Al Jazeera, iniciando o projeto futurista.
O projeto esportivo patrocina programas de excelência global, com participação de jovens de 3 continentes durante 5 anos, para depois nacionalizar os melhores, visando as competições da Copa do Mundo de 2022, em pleno verão, quando as temperaturas chegam a 50º C. A verdade é que o diminuto país do Golfo Pérsico ( a área corresponde à metade de Sergipe) resolveu ser uma espécie de potência imperial, cujo poder monetário se estenda a todos os campos do esporte, compra de influência política e de imponentes bens matérias em todos os cantos do planeta. Vide a compra da loja de departamentos Lafayette de Paris e o hotel palácio Crillon, símbolo da elegância e luxo da França. O país é estável com maioria muçulmana homogênea, sem desavenças entre sunitas e chiitas, como acontece no vizinho Bahrein, por exemplo. E também ninguém clama por democracia, já que a riqueza não fomenta pensamento crítico , nem rebelião.
Tamim Bin Hamad al Thani é o quarto filho homem do emir e o segundo que tem com a esposa Mozah. Foi nomeado herdeiro em 2003, depois que seu irmão mais velho renunciou. Educado no Reino Unido, seguiu Academia Militar de Sandhurst, como seu pai. Fala árabe, inglês e francês. Adepto do tênis, é o presidente do Comitê Olímpico do Qatar, membro do Comitê Olímpico Internacional e responsável pelo Comitê Doha 2020. Tem duas esposas e cinco filhos.
A filha Mayasa é a mais velha do emir com a esposa Mozah. É considerada a mulher mais poderosa do mundo das artes. Colecionadora, é promotora cultural e protetora das artes. Estudou nos Estados Unidos e na França, voltando em 2010 para Doha para dirigir a Autoridade dos Museus de Qatar, com o objetivo de transformar seu país em centro cultural mundial. Também é presidente do Instituto do Cinema de Doha e da organização de ajuda ao desenvolvimento da cultural. Fala árabe, inglês, francês e um pouco de espanhol, resultado de uma estada em Burgos, em casa de família local, dentro do programa de convivência internacional. É casada com um primo e tem 3 filhos.
O xeique Hamad bin Jasim bin Jaber al Thani é primo distante do emir e exerce poder entre a família real qatari. Responsável pelos negócios e diplomacia no Exterior durante o governo anterior, mesmo depois do golpe de 1995 continuou exercendo influência e passou a primeiro ministro em 2007. É neto de Jaber Bin Mohamed al Thani, irmão mais novo do fundador do Qatar Moderno, Jasin vin Mohamed al Thani. Já foi mediador em conflitos na África e Oriente Próximo.
A segunda esposa do emir Hamad é a favorita e também a mola propulsora de grandes projetos. Além de romper com tradições milenares a respeito das mulheres árabes, é uma das primeiras esposas de famílias reais da península arábica a aparecer em público com o rosto descoberto. E é linda. Nozah Bin Nasser al Mismad não se limita a cuidar de obras de caridade. Dirige a Qatar Foundation e se aplica a reformas educativas e sociais do país. Com 53 anos, é mãe de 7 filhos, inclusive do herdeiro do trono. Cuida da sua imagem e compartilha uma visão de futuro internacional para o Qatar. Instalações faraônicas ocupam um campus de 15 quilômetros quadrados – a Cidade da Educação-, onde estudam quatro mil bolsistas, metade deles qataris. As universidades de nível internacional estão representadas: Cornell, Texas A&M, Carnegie Mellon, Georgetown, Northwestern e Universitey College de Londres.
Ao longo do século XX o Qatar foi o primo pobre do Golfo Pérsico, um pequeno espaço desértico do qual o mundo nem tomava conhecimento. No início do século XXI, seus dirigentes começaram a comercializar intensamente as reservas de gás e hoje são uma potência globalizada. No país não há desemprego, o governo coleciona grandes esportistas, é proprietário de importantes clubes de futebol na França e na Espanha e já comprou todos os edifícios emblemáticos da Europa, além de investir fortunas de Mil e Uma Noites em bancos e multinacionais. Muitos ainda não se deram conta, mas os símbolos de luxo internacional já são propriedade do Qatar: Harrods, hotéis Inter-Continental (Park Lanes), One Hyde Park, prédios da Vila Olímpica, o Shard recentemente construído , Banco Barclays, Shell (Londres); Tiffany´s (Nova York), a marca Valentino (Roma), concessionárias Porsche. Qatar está presente em todos os palácios de Champs Elysées (Paris) e no edifício mais alto da Europa.Participa do Credit Suisse, Volkswagen, Banco de Agricultura chinês. Se o genro do rei da Espanha tem pés de barro nas areias do Qatar, o mesmo aconteceu com Tony Blair, quando recebeu 1.7 milhão de euros por apenas 3 horas de trabalho, sem sair de sua poltrona no Hotel Claridge´s da capital londrina.A fortuna foi por atuar como mediador entre 2 grandes empresas européias, em uma das quais o emirado árabe era acionista.
Qatar já foi comparado a um polvo: pequena cabeça, grandes tentáculos, sempre em voraz movimento. Para a família real, que domina absoluta sobre os habitantes, já não basta a aquisição material. Está agora comprando influência política no mundo árabe, com intervenção na Líbia, Egito, Síria, Afganistão, ao se transformar em interlocutor valioso entre os governos regionais e os do Ocidente, como Alemanha, Reino Unido, França. Toda essa estratégia tem um único objetivo: preparar o futuro, quando os recursos naturais – principalmente o gás – deixarem de ser prioridade. O Qatar importa 93% de seus alimentos e a água potável não existe. É conseguida em um caríssimo processo de dessalinização. Então diversificar a economia quer dizer investir em grandes empresas estrangeiras, formar alianças duradouras com países que hoje são importantes. Um projeto que visa as futuras gerações. E tudo começa com inversão em infra estrutura, hoje com mais de cem bilhões de dólares: construção de novo aeroporto, novas estradas, portos, sistema de trens, prédios gigantescos, torres as mais luxuosas e modernas, que vão assombrar o mundo em 2022. O deserto deixou de ter miragem, quando o Qatar venceu como sede da Copa do Mundo, embora estivesse competindo com os Estados Unidos. E também de nunca ter participado de uma Copa do Mundo… O país tem cerca de 11.6 mil quilômetros quadrados e praticamente três quartos da população é de estrangeiros: indianos, paquistaneses, cingaleses, filipinos e árabes de todas as nacionalidades, que trabalham no regime kafala, uma espécie de adoção, quando seus passaportes são confiscados durante o período do contrato de trabalho, em geral de dois anos, no gigantesco canteiro de obras em que o país se transformou. A taxa de desemprego é a segunda menor do planeta.
No campo do futebol, a sigla é Aspire, uma versão completa e eficiente da Masía, o centro onde o Barça treina e educa os jovens futuros astros do gramado. Aspire foi fundada em 2007, incluindo o Programa de Identificação de Talento, que testou milhares de jovens jogadores de futebol em 800 campos da Ásia, América Latina e África. Cerca de um milhão deles participam de cursos orientados por uma rede de 6 mil voluntários comunitários e técnicos profissionais. Os melhores entre todos recebem uma bolsa de estudos para aperfeiçoamento em centro de treinamento no Qatar, já considerado o melhor do mundo. São 15 os países envolvidos no programa e cada um tem olheiros para escolher em primeira filtragem os garotos a partir de 13 anos. Já passaram pelo processo perto de 60 mil jovens. O atrativo maior: além da formação esportiva e acadêmica, dinheiro também para as famílias. O projeto é o de selecionar todos os anos 50 jovens em cada país, que enfrentam grupos juvenis de Barcelona e de Munique. Os melhores seguem academia no Qatar ou na filial do Senegal.
O Museu de Arte Islâmica em Doha tem no acervo peças desde o século 7 depois de Cristo, quando surgiu a religião do Islã. Com antigos manuscritos, jóias e tapetes suntuosos, mostra a expansão do islamismo para a península ibérica, os impérios da Índia e da Turquia. Inaugurado em 2008, cercado de águas, lembra as construções de mesquitas e foi projetado por I.M.Pei, arquiteto sino-americano, o mesmo das famosas pirâmides do Louvre de Paris. O próximo monumento às artes, já chamado de Louvre das Areias, será aberto em 2014 e inaugurado em 2015, com acervo do museu parisiense, primeira filial no Exterior. O Louvre das areias, projetado por Jean Nouvel (Instituto do Mundo Árabe de Paris) vai dividir espaço na mesma ilha (Saadiyat)com o controverso Guggenheim de Abu Dhabi, anunciado em 2007, feito de cones gigantescos assinados por Frank Gehry, orçado inicialmente em 1,3 bilhão de reais e que deveria inaugurar em 2013. Está agora previsto para 2015.
Não há eleições no Qatar, o consumo de bebida alcoólica é proibido (a lei é flexível para os estrangeiros, principalmente nos grandes hotéis), todos fumam shisha, que nós conhecemos como narguilê, aquele cachimbo com água que a gente se acostumou a ver em Alice no País das Maravilhas. Mulheres de burca também aderem ao vício, que vem perfumado com aroma de cereja, menta, maçã.
Nome oficial – Estado de Qatar
Governo – Emirado – (Emir Hamad Bin Khalifa Al Thani)
Independência – Do protetorado do Reino Unido, em 3 de setembro de 1971
Capital – Doha
Área – 11.586 quilômetros quadrados
População – Cerca de um milhão, com três quartos de estrangeiros
Grupos étnicos – 40% árabes, 18% de indianos, 18% de paquistaneses, 10% de iranianos e 14% de outras nacionalidades
Religião – maioria absoluta de muçulmanos, poucos cristãos e de outras religiões (14%)
Língua – árabe oficial, inglês usado como segunda língua
Clima – árido, com verão muito quente e úmido, chegando a 50º C, invernos suaves
Recursos locais – gás, petróleo, peixes
ARABIAN TRAVEL MARKET 2013
Foz do Iguaçu foi o único destino turístico do Brasil presente ao Arabian Travel Market, que iniciou no dia 6 de maio e terminou no dia 9. Enquanto o ministro do turismo nosso fazia campanha para conseguir novos visitantes ao Brasil em Cuba (!), a 20ª. edição de uma das principais feiras de turismo internacional reuniu 3 mil expositores de 87 países em uma área de 22 mil metros quadrados. Dubai espera receber em 2020 algo a mais do que 20 milhões de visitantes. Concorre para ser sede do World Expo 2020, um resultado que será divulgado em novembro deste ano. Hoje Dubai é a sétima cidade mais visitada do globo. Em 2012 o Arabian Travel Market recebeu 17.575 profissionais de 127 países do Oriente Médio, Europa, Ásia, Reino Unido, Américas, África , Austrália, Nova Zelândia e Nova Guiné, além de ilhas da região. Teve 2.436 expositores de 79 países. HRH Sheikh Maktoum Bin Mohammed Bin Rashid Al Maktoum presidiu a grande feira de turismo deste 2013, que apresentou mais de 2 mil produtos em 70 lugares diferentes do planeta, com presença de 7.348 companhias participantes.
Sim, Cuba é interessante. Mas o povo que nem podia sair de seu país durante décadas, e vive em miséria permanente, não parece ser o melhor mercado para exportar turistas ao Brasil. O fato de um país-continente, cheio de belezas mis, andar engatinhando e quase voltando para trás em termos de turismo, tem explicação, quando se trata de comparar as possibilidades de vender atrações na feira dos Emirados Árabes, e ter um ministro comungando o chapéu de palha cubano em Varadero.Perspectiva zero nessa missão. Foz do Iguaçu, como única atração brasileira representada no evento internacional de Dubai, saiu ganhando destaque .Sozinha. É bom lembrar: Emirates, Qatar e agora a Ethiad oferecem vôos diretos para Dubai e Doha. Além disso, Singapore, Turkish e tantas outras, têm vôos com conexão para os Emirados Árabes e o resto do mundo. Já Cuba…bem aí é outra história.
DESTAQUES
TAM CANCELA VÔOS
A Tam suspende a operação de vôos entre Rio de Janeiro e Frankfurt e também Rio-Paris, a partir de 11 de agosto. Os vôos para as duas cidades européias serão redicionados para o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A partir de 20 de agosto estarão sendo operados com os B-777, o que aumenta de 223 para 363 os lugares em cada vôo. A Tam também fez aviso de cancelamento dos vôos de Orlando (USA) para Nova York.
MÉXICO SEM VISTO
O acordo de isenção de vistos de curta duração em passaportes comuns entre Brasil e México começa a valer no dia 16 de maio. Pessoas dos dois países poderão estar viajando entre os dois países com permanência de um máximo de 90 dias, um prazo que pode ser renovado para 180 días. O acordo que existiu no passado foi suspenso em setembro de 2005, valendo em outubro daquele ano. A isenção de vistos de curta duração não acaba com a exigência de outros requisitos, como por exemplo a passagem de regresso ao país de origem.
FESTA DO ARCO ÍRIS
Berlim marcou para o período de 17 a 20 de maio a realização da Festa do Arco Íris, da diversidade cultural e da tolerância colorida. Vai acontecer no bairro de Kreuzberg, ao ar livre, com mais de 400 barracas vendendo de tudo ao redor de Blucherplatz, uma das praças mais conhecidas da cidade. A perspectiva é de receber cinco mil participantes, com participação de um milhões de espectadores de 80 países. Berlim é a mais cosmopolita das metrópoles alemãs. Com 3.4 milhões de habitantes, tem mais de 450 mil estrangeiros. O primeiro grande evento da diversidade cultural foi realizado em 1996. Em 2012 a festa reuniu 1.2 milhão de visitantes.
TURISMO É IMPORTANTE
O turismo gera nos Estados Unidos 4 bilhões de dólares ao ano.
E é o maior setor exportador do país . Boa parte é computada aos gastos dos brasileiros em Miami , Orlando e Nova York.