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Divulgação

Guarapuava, no Centro do Paraná, quer conquistar o selo de Indicação Geográfica (IG) para as suas cervejas artesanais. O pedido foi protocolado nesta quinta-feira (22) no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pela Associação das Cervejarias Artesanais de Guarapuava (Guaracerva), buscando o reconhecimento oficial da autenticidade e qualidade da produção local.

A iniciativa pretende alavancar o turismo gastronômico da cidade — já conhecida como Capital Nacional da Cevada e do Malte — e impulsionar a economia regional. O selo, na modalidade Indicação de Procedência, reforçaria a ligação da produção cervejeira com a tradição agrícola da cidade, que lidera a produção nacional de cevada, segundo o IBGE.

O processo para a obtenção da IG das cervejas artesanais de Guarapuava começou a partir de um diagnóstico técnico de potencialidade. O estudo avaliou critérios como a notoriedade do produto, a representatividade coletiva, a relação com o território, o processo e a cadeia produtiva, além da necessidade de proteção da identidade local.

“A IG é um instrumento que reconhece a origem de produtos vinculados à qualidade e à reputação de uma região específica, com o objetivo de agregar valor e garantir proteção. Além de reforçar a identidade territorial, a IG confere um selo de credibilidade que pode impulsionar a competitividade no mercado, abrir novas oportunidades comerciais e fortalecer a economia local”, destaca a consultora do Sebrae/PR, Mariana Santana Scheibel.

O empresário Ricardo de Almeida Lima, cervejeiro há 10 anos, acredita que o setor, formado por pequenas empresas, conquistou um nível de maturidade em função da ação coletiva dos empreendedores e das características do público consumidor que, segundo ele, tem envolvimento com a cultura cervejeira e busca conhecer o que está consumindo.

“A IG será uma ferramenta para expandirmos mercado, não só local, mas para todo o mundo. Será a chancela de todo o trabalho que vem sendo feito pelo setor na cidade”, completa Mariana.

Indicações Geográficas

O Paraná é o segundo estado brasileiro com a maior quantidade de IG, contabilizando 18. Além da carne de onça de Curitiba, que obteve o registro nesta terça-feira (20), o estado tem o urucum de Paranacity, cracóvia de Prudentópolis; mel de Ortigueira; queijos coloniais de Witmarsum; cachaça e aguardente de Morretes; melado de Capanema; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; bala de banana de Antonina; erva-mate São Matheus; camomila de Mandirituba; uvas finas de Marialva e broas de centeio de Curitiba.

Além desses 18 reconhecidos, há ainda uma Indicação Geográfica concedida a Santa Catarina, que envolve também municípios do Paraná e do Rio Grande do Sul: o mel de melato da bracatinga do Planalto Sul do Brasil.

O Estado ainda possui 11 produtos com a IG depositada, mas ainda em processo de análise no INPI, além das cervejas artesanais de Guarapuava: o mel de Capanema; pão no bafo de Palmeira; tortas de Carambeí; mel de Prudentópolis; queijos do Sudoeste do Paraná; café de Mandaguari, ponkan de Cerro Azul; ovinos e caprinos da Cantuquiriguaçu; ginseng de Querência do Norte; café da serra de Apucarana e ostras do Cabaraquara.