Por muito tempo, o vinho foi uma bebida reservada a ocasiões especiais no Brasil. Diferentemente de países com tradição vitivinícola, o consumo diário ainda não faz parte da rotina da maioria dos brasileiros. Mas esse cenário está mudando. O avanço da enogastronomia — área que une o universo dos vinhos à alta gastronomia e a experiências sensoriais — tem transformado a relação dos consumidores com a bebida.
Mais do que beber vinho, trata-se de vivenciar o vinho. Viagens a regiões produtoras, visitas a vinhedos, passeios entre parreirais e refeições harmonizadas com rótulos locais estão conquistando um novo público. “Muitas vezes, a visita à vinícola desperta uma paixão pelo vinho e cria uma memória afetiva, o que pode incentivar o consumo mesmo depois da viagem”, explica Jonas Martins, gerente de operações da MMV Importadora de Vinhos.
Brasil investe no turismo do vinho
Para atender a esse novo perfil de consumidor, vinícolas brasileiras têm investido em infraestrutura voltada ao turismo enogastronômico. Em Santa Catarina, exemplos como a Thera e a Villaggio Grando oferecem não só vinhos premiados, mas também restaurantes comandados por chefs renomados, hospedagem de alto padrão e um clima frio que remete aos vinhedos europeus — com temperaturas negativas e até neve no inverno.
Já no Rio Grande do Sul, as experiências ganham contornos de exclusividade. A Miolo, um dos nomes mais reconhecidos do setor, inaugurou um hotel-spa com tratamentos inspirados na vinoterapia, como banhos de imersão em extratos de uva. “São oportunidades que vão muito além do consumo tradicional e transformam o vinho em protagonista de momentos inesquecíveis”, afirma Martins.
A imersão sensorial da Vinícola Cinco Sentidos
Para quem busca uma experiência internacional próxima ao Brasil, a região de Mendoza, na Argentina, é uma referência mundial — especialmente para os amantes do Malbec. Entre as vinícolas que se destacam está a Cinco Sentidos, localizada em Maipú. Com uma proposta criativa e envolvente, a empresa aposta em vivências sensoriais e interativas.
Logo na chegada, o visitante é convidado a uma degustação dentro dos tanques de fermentação: uma sala exclusiva montada no interior de grandes recipientes de aço inox. Ali, o ambiente rústico e o aroma do vinho em fermentação criam uma atmosfera única, aproximando o turista da essência do processo produtivo.
Mas o ponto alto da visita é a atividade de blending. Após conhecer todas as etapas da vinificação, os participantes recebem amostras de diferentes uvas — como Sauvignon Blanc, Chardonnay, Malbec e Cabernet Sauvignon — e criam seu próprio blend sob orientação técnica. O vinho escolhido é engarrafado com o nome do visitante no rótulo, tornando-se uma lembrança personalizada e exclusiva.
“Já enviamos alguns clientes da MMV para essa imersão na Cinco Sentidos e todos foram unânimes: engarrafar seu próprio blend é uma experiência diferente”, comenta Jonas Martins.
Rótulos exclusivos no Brasil
A MMV Importadora também traz ao Brasil dois blends da Cinco Sentidos que traduzem a qualidade e sofisticação da vinícola:
- Cinco Sentidos Special Blend Chardonnay Sauvignon Blanc 2022
Com metade de cada uva, cultivadas entre 750 e 1.250 metros de altitude, o vinho amadurece por 12 meses em barris de carvalho francês e americano. Apresenta cor amarelo-palha com reflexos esverdeados e aromas de abacaxi, maracujá e limão-siciliano, além de toques minerais, vegetais e notas sutis de manteiga e madeira tostada. No paladar, destaca-se pelo equilíbrio entre frescor e estrutura. - Cinco Sentidos Special Blend Malbec Cabernet Sauvignon 2021
Também em partes iguais, o tinto amadurece por 12 meses em barricas de carvalho (novas e de segundo uso). De coloração rubi intensa com reflexos violáceos, oferece aromas de frutas vermelhas, uvas-passas e notas de couro e café. Na boca, mostra-se aveludado, estruturado e complexo. A recomendação é decantar para realçar todas as suas nuances.
“Cada vez mais, o consumo de vinho no Brasil deixa de ser algo reservado a ocasiões especiais e se transforma em uma experiência rica, cultural e sensorial”, conclui Jonas Martins.