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Foto: SESA/CHT

Quando criança, Lays Cristina Souza Felix, hoje com 13 anos e residente de Campo Mourão, enfrentou um grande desafio ao ser diagnosticada com escoliose infantil, uma deformidade na coluna que pode causar dores intensas e, nos casos mais graves, afetar as funções respiratórias e cardíacas. Para corrigir o problema, ela passou mais de um mês internada no Hospital de Reabilitação, unidade do Complexo Hospitalar do Trabalhador (CHT), onde foi submetida a um tratamento de tração com halo craniano, com o objetivo de preparar sua coluna para a cirurgia.

Na última terça-feira (25), Lays passou por uma cirurgia corretiva e agora se recupera, com previsão de alta ainda nesta semana. Ela é uma das pacientes atendidas pelo Serviço de Deformidades Pediátricas da Coluna Vertebral do CHT.

O serviço foi implantado pela Secretaria da Saúde em abril de 2023 e, desde então, já foram realizadas 117 cirurgias para correção de escoliose, cifose (curvatura na coluna, conhecida como corcunda) e espondilolistese (deslocamento de vértebra na região lombar), todas pelo SUS. Outras 42 cirurgias já estão agendadas. O atendimento é realizado com alta qualidade estrutural e por uma equipe de profissionais altamente capacitados.

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, ressaltou a importância da implantação do serviço pediátrico no CHT. “Antes, esse tipo de cirurgia era realizado por apenas um prestador em todo o Paraná, o que limitava o acesso das crianças que necessitavam desse atendimento especializado. Com a implantação do serviço no CHT, conseguimos descentralizar e ampliar a oferta de procedimentos, garantindo que mais pacientes possam ser atendidos pelo SUS com qualidade e segurança”, afirmou.

A escoliose pode ter várias causas, como idiopática (sem causa definida), sindrômica (associada a síndromes genéticas que afetam o desenvolvimento ósseo), neuromuscular (decorrente de doenças como paralisia cerebral e atrofia muscular espinhal) e congênita (presente desde o nascimento). Em todos os casos, o diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são essenciais para determinar a melhor abordagem terapêutica, que pode incluir o uso de coletes ortopédicos, gesso, fisioterapia ou, quando necessário, cirurgia.

João Elias Ferreira Braga, chefe do Departamento de Deformidades Pediátricas da Coluna Vertebral do CHT, destaca a importância do diagnóstico precoce e do encaminhamento rápido para a cirurgia. “Quando o tratamento cirúrgico é indicado, o tempo é um fator crucial. Se a cirurgia demora a ser realizada, a deformidade se torna mais rígida, aumentando o risco de complicações, como lesões neurológicas e sangramentos. Quanto antes o procedimento for feito, melhores serão os resultados e menor será o risco para o paciente”, explica.

Emocionada com a recuperação de sua filha, Elisa Souza do Nascimento expressou sua gratidão e esperança para o futuro. “Foram meses de preocupação, sem saber como seria a vida dela daqui para frente. Mas hoje, depois dessa cirurgia, sinto um alívio enorme. Ver minha filha recuperando os movimentos e voltando a sorrir é algo que não tem preço. Só tenho a agradecer a toda a equipe médica e a Deus por essa oportunidade. Agora, ela poderá ter uma vida mais normal, sem tantas limitações”, disse a mãe de Lays.

Guilherme Graziani, diretor superintendente do CHT, destacou o compromisso da Secretaria da Saúde em ampliar o acesso a esse tipo de tratamento. “Temos uma estrutura de ponta e uma equipe de profissionais altamente qualificados, incluindo ortopedistas, anestesiologistas, fisioterapeutas e enfermeiros. Esse trabalho conjunto garante que o paciente receba assistência completa, desde o primeiro atendimento até a reabilitação pós-cirúrgica. Nosso objetivo é continuar ampliando esse serviço para atender cada vez mais crianças e adolescentes”, afirmou.