O mês de julho, simbolizado pela cor roxa, marca a conscientização sobre o câncer de bexiga. Trata-se de uma neoplasia que representar cerca de 1,6% de todos os cânceres no Brasil, contudo exerce grande impacto no sistema de saúde, especialmente nas faixas etárias mais avançadas.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil estima o surgimento de 10.640 novos casos por ano. Atinge principalmente homens brancos (incidência de cerca de 3 para 1), geralmente com mais de 60 anos.
No Paraná, o câncer de bexiga está entre os mais incidentes da região Sul, e estudos apontam forte correlação com o tabagismo, que é o principal fator de risco. Apesar disso, mulheres e pessoas não brancas também correm riscos; nos casos femininos, observa-se prognóstico frequentemente mais desfavorável.
Sintomas e sinais de alerta
Os principais sinais incluem:
- Hematúria (sangramento visível ou microscópico na urina);
- Dor ao urinar, urgência frequente ou jato fraco;
- Dor na região lombar, especialmente se acompanhada por sintomas urinários;
- Inchaço abdominal, perda de peso ou febre sem causa aparente.
Esses sinais precisam de investigação imediata por um urologista ou oncologista. Quanto mais cedo o tumor é detectado, maiores são as chances de cura.
Prevenção
A prevenção baseia-se em:
- Cessação do tabagismo (responsável por até 50% dos casos);
- Redução de exposição a agentes químicos (como tintas, solventes e derivados do petróleo);
- Hidratação adequada, com consumo de água para diluir substâncias na urina;
- Exames regulares, em especial para pessoas com fatores de risco.
Taxas de cura e sobrevida
Grande parte dos casos é diagnosticada em estágio não-invasivo (NMIBC). Quando tratados com cistoscopia e terapia intravesical (como BCG), a sobrevida em 5 anos pode chegar a 96%. Já os casos que invadem o músculo da bexiga (MIBC) contam com cirurgia e até quimioterapia, apresentando taxas de cura próximas a 69%. Nos estágios mais avançados, com metástases, a sobrevida em 5 anos cai para cerca de 9%, embora novas imunoterapias estejam melhorando progressos.
“Identificar o câncer de bexiga em estágios iniciais faz toda a diferença. Sangue na urina nunca deve ser ignorado. Quanto antes se atua, maiores são as chances de cura e isso inclui evitar procedimentos mais invasivos e preservar a qualidade de vida. Por isso sempre reforçamos a importância do diagnóstico precoce, do tratamento multimodal e do acompanhamento personalizado como pilares da abordagem clínica”, reforça Dr. Jônatas Luiz Pereira (CRM 26814 / RQE 22632), uro-oncologista do IOP – Instituto de Oncologia do Paraná.
Cirurgia Robótica: precisão e inovação no tratamento do câncer de bexiga músculo-invasor
Para pacientes diagnosticados com câncer de bexiga em estágios mais avançados, como a doença músculo-invasora (MIBC), a cirurgia é um pilar fundamental do tratamento. Nesse cenário, a cirurgia robótica surge como uma das opções mais avançadas e precisas disponíveis. No Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), a equipe, liderada pelo Dr. Jônatas Luiz Pereira, uro-oncologista, utiliza essa tecnologia de ponta para oferecer os melhores resultados possíveis.
Através de pequenas incisões no abdome do paciente, os instrumentos robóticos são controlados pelo cirurgião com uma destreza e uma visão tridimensional aprimoradas. “Com essa precisão milimétrica, é possível retirar o tumor com margem de segurança oncológica e, ao mesmo tempo, preservar pequenos vasos e nervos responsáveis pela funcionalidade do paciente no pós-operatório”, explica o Dr. Jônatas. Ele complementa que, “nos casos de cistectomia total, onde a bexiga é removida, a reconstrução é cuidadosamente planejada, seja por um conduto com intestino delgado ou um reservatório intra-abdominal, e todas as possibilidades são discutidas em conjunto com o paciente e a família para que a melhor decisão seja tomada”.