Bem Estar Controle

Micobacteriose: o que fazer para diminuir os riscos

Hospital Nossa Senhora das Graças intensifica medidas preventivas para evitar o problema

Bem Paraná

A infecção hospitalar é uma das maiores preocupações das instituições de saúde. Para evitar o problema, os hospitais são obrigados, por lei, a manter uma comissão de controle de infecção hospitalar, que cria medidas preventivas. A comissão fica atenta desde controle de visitas aos quartos dos pacientes, treinamento adequado de pessoal, criação de protocolos, controle da esterilização e desinfecção das áreas e materiais até o isolamento em caso de contaminação.

Em situações de alerta, como o caso da infecção por micobacteriose, detectado pela Secretaria Municipal de Saúde, em Curitiba, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e Gerenciamento de Risco do Hospital Nossa Senhora das Graças intensificou ações, para minimizar os riscos. “Quando soubemos de casos de micobacteriose no Rio de Janeiro, além de seguir os protocolos já existentes, intensificamos os controles internos. Começamos a estudar soluções mais eficazes para serem usadas no processo de desinfecção e esterilização de equipamentos de videocirurgia, que são utilizados no centro cirúrgico, com isso não tivemos nenhum caso registrado”, conta a médica infectologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Carla Martins.

O Hospital segue a Resolução nº 2.606 da Anvisa, que dispõe sobre as diretrizes para elaboração, validação e implantação de protocolos de reprocessamento de produtos médicos. Para casos de micobactérias de crescimento rápido e mais resistentes, o indicado é fazer uma esterilização. “O importante é ser seguido um padrão; por exemplo, cada material deve ser rigorosamente limpo e imerso em solução e o tempo de imersão preconizado deve ser respeitado”, ressalta Carla. A equipe de Controle de Infecção Hospitalar e Gerência de Risco do HNSH alerta que quando ocorre quebras ou falhas no processo, pode-se ter como conseqüência a contaminação.

A causa mais provável do surgimento dos casos da micobactéria de crescimento rápido, considera a infectologista, é a contaminação dos materiais e instrumentos, decorrente de falhas relacionadas às etapas dos processos de limpeza, desinfecção e esterilização dos materiais e equipamentos usados em cirurgias. “Por isso, adotamos desde outubro último, uma atenção reforçada com a entrada do material usado em cirurgia, na central de material, depois com o controle de qualidade da enfermagem até chegar novamente nas mãos do médico”, explica.

Também se deve ter cuidado com os produtos utilizados no processo de limpeza e esterilização e ficar atento aos resultados de exames de culturas dos pacientes. “Como temos um laboratório de grande capacidade no próprio hospital, facilita a vigilância dos resultados dos exames e a informação é imediatamente passada à equipe médica”, diz a médica.

Não é apenas a equipe profissional que deve fica atenta a problemas de infecção hospitalar. Os visitantes também podem e devem fazer a sua parte. As medidas são simples, mas fundamentais:

– Lavar as mãos antes e depois da visita aos pacientes.

– As visitas devem ser limitadas aos membros da família mais próximos.

– Não sentar ou deitar na cama do paciente.

– Evitar levar alimentos ou pedir orientação à equipe médica sobre o que o paciente pode ingerir.

– Visitantes doentes, mesmo que seja uma gripe leve, devem evitar fazer visitas ou usar máscara e avental.

– Limitar visitas de crianças.