
O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A doença tem índices de incidência e, muitas vezes, é silenciosa em seus estágios iniciais. Assim, a detecção precoce e o tratamento adequado fazem toda a diferença na sobrevida dos pacientes. A medicina hoje conta com duas grandes inovações que estão mudando a abordagem da doença. Uma, a biópsia transperineal de próstata com fusão de imagens. Outra, a terapia radioligante, esta última indicada para casos avançados.
A biópsia transperineal é, atualmente, a técnica mais precisa e segura para o diagnóstico do câncer de próstata. Diferente da biópsia transretal, que apresenta maior risco de infecção, a abordagem transperineal é minimamente invasiva e feita por meio da região do períneo. Isso reduz quase a zero os riscos infecciosos.
O procedimento é guiado por imagens obtidas com a fusão de ultrassonografia e ressonância magnética. Um software funde as imagens captadas, gerando uma visualização em alta definição e em tempo real. Isso possibilita a punção dirigida da lesão suspeita com extrema precisão. “Essa técnica permite acessar algumas regiões da próstata que não são alcançadas adequadamente pela via transretal, aumentando a taxa de detecção tumoral e a assertividade do diagnóstico”, afirmou o Dr. João Bacarin, médico radiologista da Quanta Diagnóstico por Imagem. “A tendência é que a associação destas duas técnicas de ponta, biópsia transperineal com fusão de imagens, se torne o padrão ouro no Brasil nos próximos anos”.
Avanço no tratamento
Nos casos em que o câncer já se encontra em estágio avançado, quando as opções são escassas, há uma inovadora alternativa de tratamento: a terapia radioligante Lu-PSMA com Pluvicto, com resultados de aumento da sobrevida e melhoria na qualidade de vida dos pacientes. A terapia combina um medicamento de precisão com um elemento radioativo. Esse medicamento se liga especificamente às células do câncer de próstata. Uma vez absorvido, libera partículas de radiação que destroem essas células de dentro para fora.
“Este medicamento, após administrado, liga-se às células cancerosas por meio de uma proteína característica chamada PSMA, que é um antígeno de membrana específico da próstata. Ele é internalizado e a radiação ligada na medicação danifica o DNA, levando à morte celular”, afirma o médico nuclear Dr. Juliano Cerci, que coordena a equipe responsável pelos tratamentos da Quanta Diagnóstico por Imagem, onde a terapia radioligante está disponível em Curitiba.
Estudos indicam que essa terapia pode reduzir o risco de morte em 38% e diminuir a progressão do câncer em 60% quando comparada aos tratamentos convencionais.