Domestic Training With Weights. Positive black lady doing exercises with dumbbells, strengthening her body at home. Smiling young female working on her biceps muscles, staying healthy
Foto: Freepik

O Outubro Rosa, que começa nesta quarta-feira (1), busca a conscientização sobre o câncer de mama. Trata-se da segunda neoplasia mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, depois do câncer de pele não melanoma. Os especialistas em saúde, contudo, afirmam que a conscientização não pode se restringir apenas ao mês de outubro; devem durar o ano inteiro.

Dentro desse cenário, a campanha Outubro Rosa do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP) tem como mote “O cuidado com o amanhã começa hoje”. É importante o movimento que acontece durante o mês, mas ele deve ser ampliado para a mudança de hábitos ao longo do ano.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 66 mil novos casos por ano no país. Apesar da alta incidência, quando diagnosticado precocemente, as chances de tratamento bem-sucedido superam 90%.

E uma das recomendações para a prevenção é o exercício físico. Porém, dados mostram que em 2019, mais da me­tade da população brasileira foi considerada fisicamente ina­tiva, ou seja, não praticava ne­nhuma atividade física, ou não praticava os níveis recomenda­dos (13,9% e 44,8%, respectiva­mente). Por isso, serão várias ações ao longo do mês chamando a atenção para a prevenção do câncer de mama por meio de atividades físicas.

Balões rosas

No dia 4 de outubro, a Praça do Japão, em Curitiba, estará tomada de balões rosas. Também acontecerá uma aula de ritmos latinos e alongamento em parceria com a academia WePlay. No dia 14 de outubro, pacientes do IOP serão convidadas a entrar em campo com os jogadores do Athletico.

E no dia 26 de outubro, a Caminhada IOP terá um percurso de aproximadamente 3 km, saindo da unidade da Mateus Leme até a Pedreira Paulo Leminski, reunindo pacientes, colaboradores, médicos e a comunidade em uma atividade física para fechar o mês do Outubro Rosa.

Atividade física

De acordo com o documento “Atividade Física e Câncer: recomendações para Prevenção e Controle”, organizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) com o apoio da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS) e do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é preciso encorajar as pessoas tanto com, como sem diagnóstico de câncer, a praticarem regularmente atividades físicas.

Praticar ao menos 150 minutos semanais de atividade física de intensida­de moderada, ou, ao menos, 75 minutos semanais de atividade física de intensidade vigoro­sa, ou, ainda, uma combinação equivalente de atividades mo­deradas e vigorosas, reduz o risco de desenvolver câncer e a mortalidade por câncer. Existem evidências de uma provável associação entre atividade física e diminuição do risco de câncer de mama na pré-menopausa (atividade física de intensidade vigorosa) e na pós-menopausa, além de diminuição do risco de câncer de endométrio.

Apesar de ser considera­da segura, é fundamental avaliar as contraindicações e particularidades de cada tipo de câncer, além dos possíveis efeitos adversos causados pelo tratamento. As atividades para membros superiores devem receber especial atenção em caso de edema (inchaço) de braços e ombros, mas deve-se evitar em caso de dor intensa. O uso de roupas/luvas compressivas pode auxiliar no conforto e segurança ao praticar atividades físicas. São fortemente indicadas na presença de linfedema (inchaço no braço). E atividades que aumentem força e flexibilidade são importantes para mulheres que têm movimento de pescoço, ombros e braços limitados por conta de cirurgia na mama ou na axila.

Sintomas do câncer de mama

Os principais sintomas do câncer de mama incluem: presença de nódulo endurecido e indolor, alterações no formato ou tamanho da mama, secreção mamilar com sangue, retração da pele ou do mamilo e vermelhidão persistente.

O autoexame de mama não substitui os exames médicos, mas é um aliado no conhecimento do próprio corpo. Ele deve ser realizado mensalmente, preferencialmente alguns dias após a menstruação. Ao identificar qualquer alteração, a mulher deve procurar atendimento médico para investigação.

O exame de rastreamento mais eficaz é a mamografia bilateral, recomendada para mulheres a partir dos 40 anos, realizada a cada dois anos segundo recomendação das principais sociedades oncológicas do mundo. Para quem tem histórico familiar de câncer de mama ou outros fatores de risco, a avaliação pode ser indicada mais cedo, sempre sob orientação médica.

“O Outubro Rosa é um momento fundamental para reforçarmos a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Hoje sabemos que identificar a doença em fases iniciais aumenta muito as chances de cura e possibilita tratamentos menos invasivos. O autoexame ajuda a mulher a conhecer melhor o próprio corpo, mas não substitui a mamografia, que continua sendo o exame mais eficaz no rastreamento. Os avanços da oncologia têm permitido terapias cada vez mais personalizadas, mas nada substitui o poder do diagnóstico precoce. O medo de sentir dor ou de receber um resultado positivo não pode ser um obstáculo. Fazer os exames é um ato de cuidado e responsabilidade com a própria saúde e incluir as atividades físicas com regularidade é uma necessidade”, afirma o Dr. Luís Felipe Matiusso de Souza, oncologista clínico e responsável técnico do IOP.