As secretarias de Saúde e de Agricultura de Foz do Iguaçu iniciam no próximo dia 20 de março, uma pesquisa por amostragem sobre a incidência ou não de vírus circulante da febre ou encefalite do Nilo ocidental, doença causada pelo vírus do mesmo nome e transmitida pelo mosquito do gênero Culex. O trabalho vai constar da coleta de amostras de sangue de cavalos e aves nas propriedades rurais da cidade.
O trabalho vai envolver agentes do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e contar com o apoio da Agricultura, através do veterinário Winston Rossato e obedece a orientação do Ministério da Saúde, através da Coordenação da Vigilância Epidemiológica, que busca um inquérito soro-epidemiológico em aves domésticas ou silvestres e em eqüinos.
A iniciativa tem como justificativa os casos da doença registrados na Argentina, nas províncias de Buenos Aires e Entre Rios no início do ano, e mais recentemente, quatro casos em humanos em Barranqueras e Resistência, na província do Chaco e em Córdoba.
No Brasil, estão acionados os órgãos de Defesa Sanitária Animal dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e ainda Mato Grosso do Sul e São Paulo, considerando que há riscos da ocorrência da doença nestes estados, e na região, especificamente na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Segundo o chefe do CCZ, André Souza, “o material recolhido será enviado para o Laboratório Adolfo Lutz para análises. A verificação quer buscar indícios de vírus circulante. Se houver, providências serão tomadas, a exemplo de borrifação com inseticida para matar o inseto, etc”.
O que é? – A “Febre do Nilo” é transmitida pelo mosquito Culex, especialmente em climas ou estações quentes. Existe de forma endêmica na África, incluindo Uganda, onde nasce o rio Nilo e Ásia tropical ou mediterrânica.
Surgiu em 1999 nos EUA, onde provocou diversas mortes, especialmente no verão quente da cidade de Nova Iorque. Em Portugal, surgiu pela primeira vez no Algarve ano 2004.
A transmissão é feita por meio de mosquitos, principalmente do gênero “Culex”, que se alimentam de aves infectadas e depois passam o vírus para cavalos e pessoas através de picadas. Outro agravante é que entre 75% a 80% dos portadores e hospedeiros do vírus são assintomáticos, principalmente os eqüinos.
O período de incubação é de três a sete dias. A doença se espalha através do sangue. Os sintomas iniciais são inespecíficos como febre, mal-estar e dores de cabeça e musculares. Mais tarde causa exantemas (manchas vermelhas cutâneas) e provoca encefalite que incomumente mata ou incapacita o doente, produzindo paralisias, convulsões ou perda de funções intelectuais. Pode ainda provocar hemorragias e artrites.
O diagnóstico é feito através de exame de sangue. Não há tratamento e nem vacina, mas a grande maioria dos casos se resolve sem complicações. A única prevenção é a erradicação dos locais de reprodução dos mosquitos, o uso de redes de proteção e de inseticidas.